O despejo de água das Estações de Tratamento de Água (ETA I e II) em um córrego da Baixada da Sobral, em Rio Branco, tem sido apontado como um dos principais responsáveis pelos alagamentos que atingem a região. O problema, que se repete há anos, voltou a chamar atenção após as fortes chuvas do último final de semana, que deixaram pelo menos 17 bairros da capital alagados. O vereador Emerson Jarude (MDB) cobrou, nesta terça-feira (25), uma solução urgente para o caso.
Durante sessão na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Jarude criticou a falta de ação da Prefeitura de Rio Branco. Ele lembrou que já havia denunciado o problema em 2023, quando ainda era vereador, mas nenhuma medida efetiva foi tomada.
“Falei disso no ano passado, encaminhei ofícios, fiz indicações, mas, pelo visto, até agora escolheram não ouvir”, afirma.
O parlamentar também questionou as prioridades do prefeito Tião Bocalom, principalmente após a repercussão de um vídeo divulgado pelo prefeito na segunda-feira (24), no qual ele reclamava de uma cadeira em um canteiro da cidade, enquanto bairros inteiros sofriam com as enxurradas.
“Eu não sei mais o que esperar de um cara que, ao invés de ir até o bairro no dia da enchente para ajudar as famílias, prefere estar por aí brigando com as cadeiras da cidade”, diz Jarude.
Para ilustrar a situação, Jarude exibiu um vídeo do humorista e empreendedor Rafael Barbosa, morador da região, que usou suas redes sociais para denunciar o problema. Barbosa relatou que o córrego que corta a Baixada da Sobral recebe um grande volume de água das ETAs, o que sobrecarrega o curso natural e causa transbordamentos frequentes.
“Sabemos que o período chuvoso castiga a cidade, mas nunca foi a água da chuva a verdadeira culpada pelos alagamentos nessa região”, afirmou.
Diante da gravidade da situação, Jarude apresentou um requerimento à Mesa Diretora da Aleac,para solicitar que a Prefeitura de Rio Branco e a Defesa Civil incluam, no Plano de Contingência de Inundações, ações preventivas, como a limpeza periódica dos igarapés urbanos nos meses de dezembro e janeiro. Além disso, pediu a revisão do procedimento de descarte dos resíduos dos tanques das ETAs, para evitar novos transtornos à população.