A população do Acre tem até o dia 31 deste mês para se vacinar contra a influenza, antes que o Ministério da Saúde reduza a produção e a disponibilidade do imunizante. A medida foi tomada em resposta à baixa procura pela vacina, que apresentou uma cobertura vacinal de apenas 33,7% em 2024, o que resultou na aplicação de apenas 149.100 doses.
Essa situação se agrava pelo fato de que a campanha, inicialmente destinada a grupos prioritários como gestantes, idosos, crianças e pessoas com comorbidades, foi ampliada para toda a população.
No Acre, a baixa adesão à vacinação também se reflete em todo o país, o que levou o Ministério da Saúde a decidir pela redução da produção do imunizante. Um dos fatores que motivou essa decisão foi o desperdício significativo de vacinas. No ano passado, 70 mil doses da vacina contra a influenza foram incineradas no estado, e este ano ainda existem 119 mil doses em estoque.
A partir do dia 1º de fevereiro, todas as doses da vacina contra a influenza serão retiradas dos postos de saúde em todo o Brasil. O imunizante só voltará a ser aplicado em um período pré-determinado, e o acesso será restrito a um grupo prioritário de pessoas.
Renata Aquiles, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Acre, afirmou que entre 1º de fevereiro e agosto não haverá disponibilidade da vacina em nenhuma localidade, nem nas unidades de saúde ou no Centro de Referência em Imunização (CRI).
“Nós vamos ficar até agosto sem receber a vacina da gripe. Em agosto, vem uma nova estratégia de vacinação do Ministério da Saúde, que é deixar de ser campanha. A vacina vai ser uma estratégia de vacinação de rotina para idosos, gestantes e crianças”, explica a coordenadora.
A nova estratégia de vacinação começará em agosto e se estenderá até janeiro do ano seguinte, mas será exclusiva para grupos prioritários. Aquiles detalhou que, a partir de agora, o estado receberá um volume reduzido de vacinas – de 400 mil doses por ano, o número cairá para 150 mil.
A coordenadora enfatizou que a mudança não se trata de restringir o acesso à vacina, mas sim de uma resposta ao desinteresse da população em se vacinar. Ela ressaltou que a decisão foi tomada em razão do número excessivo de doses descartadas e pela falta de adesão tanto dos grupos prioritários quanto da população em geral.
“É uma medida que o Ministério da Saúde toma não por não querer mais distribuir vacina para a população, mas pela falta de interesse da população”, conclui.
Matéria em vídeo produzida pela repórter Débora Ribeiro para a TV Gazeta
Estagiário supervisionado por Gisele Almeida