Hoje, dia 7 de abril, comemoramos o Dia Mundial da Saúde, destacando a importância de garantir acesso universal à saúde. No Brasil, a saúde é garantida pela Constituição Federal de 1988 como um direito de todos e dever do Estado. O Sistema Único de Saúde (SUS) é o principal instrumento para assegurar esse direito e, mesmo sendo um dos maiores sistemas públicos do mundo, ainda enfrenta desafios significativos.
Para o médico infectologista Jenilson Leite, a data é uma oportunidade para avaliar os avanços já conquistados e apontar os gargalos que ainda comprometem o acesso igualitário à saúde. “A criação do Dia Mundial da Saúde teve como objetivo levantar políticas públicas para melhorar a vida das pessoas, seja na saúde da mulher, da criança, do adolescente, do idoso. Muitos avanços foram alcançados, inclusive aqui no Acre. Mas, por sermos da região Norte, ainda enfrentamos problemas graves, como a falta de água tratada e de saneamento básico, que impactam diretamente a saúde da população”, afirma.
Leite destaca que, no passado, era comum que moradores do Acre precisassem viajar para outros estados, como Goiás, para realizar consultas com especialistas. Hoje, esse cenário é bem diferente. “O hospital de saúde do acreano era Goiânia. Hoje, isso já é quase insignificante. É claro que quem tem poder aquisitivo mais alto pode escolher se tratar fora, mas avançamos muito. Isso aconteceu por meio da contribuição de vários governos, cada um colocando um tijolo na construção desse sistema que, embora com dificuldades, oferece muitas oportunidades”, ressaltou.
Voz das ruas: opiniões divididas sobre a saúde no Acre
Apesar dos avanços, a população ainda sente os reflexos da falta de estrutura e da baixa oferta de profissionais nas unidades básicas de saúde. Nas ruas, os relatos são diversos — alguns positivos, outros nem tanto.
“Na minha opinião, a saúde ainda precisa melhorar muito. Falta médico nos postos, falta remédio. Às vezes a gente consulta, mas sai sem medicação”, disse uma moradora da capital.
Outra usuária do sistema público elogiou o atendimento em algumas unidades, mas também apontou falhas. “A Fundação é maravilhosa, não tem o que reclamar. Mas falta médico. Aqui na Vila Ivonete, o atendimento está ótimo. Só precisa de mais profissionais.”
Já outro cidadão ressaltou que, embora o sistema esteja evoluindo, ainda há um longo caminho a percorrer. “A saúde está melhorando junto com o Estado. Tem muita coisa que precisa ser dita, tem muito a ser melhorado.”
Neste Dia Mundial da Saúde, o recado deixado por especialistas é claro: é preciso continuar acreditando na ciência e reforçando os investimentos na saúde pública. “Quando se investe em saúde, seja o presidente, o governador ou o prefeito, se está investindo no desenvolvimento do município, do Estado e do país. O retorno desse investimento é o progresso. É isso que os especialistas têm repetido”, conclui Jenilson Leite.
A data é um lembrete de que saúde de qualidade não deve ser privilégio — e sim um direito garantido e acessível a todos os brasileiros.
Com informações do repórter Marilson Maia para TV Gazeta