Nesta sexta-feira, 4 de abril, é celebrado o Dia Mundial do Animal de Rua, uma data voltada para a conscientização sobre o abandono e os maus-tratos sofridos por cães e gatos em situação de vulnerabilidade. Diariamente, incontáveis animais são deixados nas ruas por diversos motivos, incluindo dificuldades financeiras dos tutores, mudanças inesperadas ou mesmo descaso. Muitos desses animais são resgatados em condições de extrema fragilidade, debilitados pela fome, doenças e violência.
Diante desse cenário, organizações como a Associação Patinha Carente desempenham um papel essencial no acolhimento e reabilitação desses animais. A presidente da associação, Vanessa Facundes, explica como funciona o trabalho de resgate e cuidado. “As pessoas entram em contato pelas nossas redes sociais, nosso Instagram é Patinha Carente. Elas informam sobre animais atropelados, abandonados ou em situações de risco. Se temos condições, vamos buscar. Mas gostaríamos de poder resgatar todos, o que nem sempre é possível devido às dívidas elevadas em clínicas veterinárias particulares”, relata Vanessa.
Advogada de formação, Vanessa acompanha de perto cada etapa do processo de reabilitação dos animais, desde o resgate até a adoção definitiva. “Retiramos o animal, levamos à clínica para tratamento e, depois, ele é encaminhado a um lar temporário. Quando está recuperado e castrado, entregamos para uma família que o adotou”, detalha.
O mês de abril também é marcado pela campanha Abril Laranja, dedicada à conscientização sobre os maus-tratos contra os animais, um crime previsto em lei. Vanessa destaca os desafios enfrentados pela associação, especialmente pela falta de apoio do poder público. “Outros estados possuem uma política mais evoluída para a causa animal, mas no Acre ainda caminhamos a passos lentos. Não temos castramóvel nem consultas gratuitas pelo departamento de zoonoses, que está superlotado. Isso significa que, ao denunciarmos maus-tratos, temos que recolher o animal para nossos lares temporários, pois o órgão não possui estrutura para recebê-los”, lamenta.
A conscientização e o apoio da comunidade são fundamentais para reduzir o número de animais em situação de rua. Vanessa reforça a importância da participação da sociedade: “Peço às pessoas que sejam conscientes, que lembrem que é um direito coletivo proteger esses animais e garantir um meio ambiente equilibrado. Maus-tratos é crime, e os animais têm quem fale por eles. Esperamos que nossos parlamentares também lutem por essa causa, pois se trata também de uma questão de saúde pública”.
Para aqueles que desejam ajudar, a Associação Patinha Carente está aberta a doações e ao apoio de voluntários. O contato pode ser feito por meio das redes sociais da entidade (@patinhacarente). O engajamento da população é essencial para transformar a realidade desses animais e garantir-lhes um futuro mais digno.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Marilson Maia, para TV Gazeta.