Caracterizada pelo acúmulo de tecido cicatricial nos pulmões, a fibrose pulmonar é uma doença que reduz a capacidade de absorção de oxigênio e, com o tempo, compromete funções vitais. Irreversível e progressiva, essa enfermidade foi um desafio enfrentado pelo jornalista e colunista acreano Douglas Richer, que faleceu na madrugada deste domingo (2), no Hospital de Base de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Apesar da doença, Richer enfrentou o que parecia ser um problema com coragem e força de um ícone do entretenimento. O jornalista, de 37 anos, foi diagnosticado em dezembro com fibrose pulmonar e hipertensão pulmonar. Em meses, a doença avançou de forma agressiva, reduzindo a capacidade dos pulmões para apenas 25%. Mesmo diante de um diagnóstico grave, ele não se calou.

Compartilhou a luta nas redes sociais, abordando os desafios físicos e emocionais da fibrose pulmonar e recebendo grande apoio de amigos, colegas e seguidores. A coragem ao falar abertamente sobre a doença ajudou a conscientizar muitas pessoas sobre uma condição pouco conhecida, mas que afeta milhares de brasileiros.
Carreira e legado
Natural de Sena Madureira, Douglas Richer teve uma carreira de 15 anos no jornalismo, sendo reconhecido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ). Na caminhada profissional, passou por veículos de grande importância no estado, como ContilNet e TV Gazeta, onde cobriu eventos marcantes, incluindo o Festival do Abacaxi 2024 e Festival da Macaxeira.

Nas redes sociais, a comoção foi imediata. Amigos e colegas prestaram homenagens a Douglas, destacando a personalidade irreverente e o impacto no jornalismo acreano. O jornalista Everton Damasceno, que trabalhou ao lado de Douglas, lembrou a trajetória e legado.
“Douglas era amigo, companheiro, parceiro, confidente, disponível e afetuoso. Essas são as características que saltam quando lembro dele. Ele revolucionou a forma como o ContilNet comunica e foi o grande entusiasta da expansão do nosso trabalho. O jornalismo acreano perde a criatividade e sagacidade.”, afirma.

Inspiração do entretenimento acreano
Em 2018, foi vencedor do 9º Prêmio de Jornalismo do Ministério Público do Estado do Acre, na categoria Destaque Acadêmico, concorrendo com 90 trabalhos. Sobre a jornada, ele refletiu em uma publicação: “Uma jornada cheia de erros e acertos, e de muito aprendizado. São 13 anos engatinhando na comunicação do Acre, e ainda tenho muito a aprender. Gratidão!”
Douglas também se destacou pelas entrevistas com grandes nomes da música e do entretenimento brasileiro. Entre os artistas com quem conversou estão Naiara Azevedo, Luísa Sonza, Tarcísio do Acordeon, João Gomes, MC Daniel, Joelma, Thaís Carla, Zé Neto e Cristiano, Léo Magalhães e os Barões da Pisadinha.

A dedicação ao entretenimento mudou a forma como esse segmento era tratado no jornalismo acreano. Ele definiu missão em postagem nas redes: “Contribuí para que o entretenimento do Acre fosse visto de outra forma.”, afirmava. Douglas Richer deixa um legado de inovação, talento e paixão pelo jornalismo. A história inspira não apenas comunicadores, mas todos aqueles que enfrentam desafios com coragem e determinação.
Produção: Gisele Almeida.