Nesta terça-feira (2), a Universidade Federal do Acre (Ufac) completou dois meses de greve dos docentes, com uma nova assembleia realizada para debater os rumos do movimento. A paralisação ocorre devido à recusa da reitoria em assinar o termo de acordo com os professores. “A atual gestão ficará para a história como a mais antissindical que já tivemos na Ufac”, afirmou o Comando Local de Greve Docente (CLGD).
Em nota, a Associação de Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac) expressou sua indignação com a decisão da reitoria, anunciada no final da tarde desta segunda-feira (1°). Segundo a Adufac, a reitoria se recusa a assinar o novo termo de acordo, mesmo após ajustes para adequação jurídica, e não pretende compor um Grupo de Trabalho para discutir os pontos restantes da pauta local após a greve.
“A reitoria não quer se comprometer com as pautas consensuadas em mesa de negociação. Não quer debater a ausência de recursos para ensino, pesquisa e extensão, e muito menos dar explicações sobre o verdadeiro ‘trem da alegria’ com passagens aéreas e diárias da Administração Superior”, diz a nota da Adufac. A associação também denuncia a tentativa da administração de mobilizar seus apoiadores para pôr fim à greve e silenciar as denúncias dos docentes, caracterizando a atitude como uma ingerência patronal e um ataque à democracia sindical.
Pela manhã desta terça-feira (2), a categoria realiza uma nova assembleia para debater os princípios da retomada das atividades docentes.
“A nossa expectativa é retornar às atividades o quanto antes. A intransigência da reitoria em negociar e dialogar com o sindicato, além da recente interferência no sindicato, deixou claro que a opção da Administração Superior não é o bem da comunidade acadêmica. A atual gestão ficará para a história como a mais antissindical que já tivemos na Ufac.”, disse a membro do Comando Local de Greve, professora doutora Raquel Ishii.
Os docentes da Ufac continuam mobilizados e buscando soluções para o impasse com a administração da universidade, e cabe somente ao próprio comando local a decisão de sair da greve.
“A indicação da saída unificada nacional é 3 de julho. O comunicado nacional diz: ‘O Comando Nacional de Greve entende a importância política de consolidar o período até dia 3 de julho para a saída da greve, resguardadas as situações excepcionais que impeçam a efetivação desta orientação.’ Então, cabe sempre à nossa assembleia deliberar sobre a situação excepcional que vivemos.”, finaliza Ishii.