Lideranças entregaram denúncia à Polícia Federal e ao MPF, mas, até o momento, seguem sem respostas
A escola Aldeia Água Viva localizada em terras indígenas na praia do Carapanã, da etnia Huni Kui, em Tarauacá, encontra-se em uma situação precária para manter as aulas. Devido a falta de estrutura, o ensino estava sendo realizado em um cupixão – maloca grande -, contudo, a cobertura de palha impede a continuidade das aulas nessa época de chuvas.
Os professores Maria Domicilia Ferreira e o Cacique Bené gravaram um vídeo que mostram as condições dessa escola na terra indígena. O piso está quebrando, têm grandes buracos no telhado e com isso as chuvas e o sol invadem a sala de aula. Dessa forma, os livros, trabalhos e cadernos foram perdidos. Além disso, esses buracos se estendem na área da merenda dos estudantes.
Sem condições para manter as aulas, o cacique Bené transferiu os estudantes para uma maloca grande chamada de cupixão, um local em que ocorre ritos religiosos, mas as condições precárias, principalmente da cobertura de palha, impediram a continuidade das aulas.
No cupixão quando chove o local fica cheio de lama. A última alternativa foi levar os estudantes para debaixo de uma árvore. Contudo, as mesas e cadeiras estão quase inutilizáveis, pois existem mesas que foram entregues pelo governo há 16 anos. Outras vieram em 2018, já usadas, e estão destruídas por causa do sol e das chuvas.
Liderança Huni Kui, Ninawa afirmou que esse problema nas comunidades indígenas é antigo e ocorre em várias terras de diferente etnias. Segundo ele, o governo do estado não oferece condições mínimas nas comunidades para a continuidade do ensino de muitas famílias, e nem deixam os filhos participarem das aulas por causa das condições das escolas.
“É bem complicado porque estamos em um período chuvoso, então as escolas que estão com telhados deteriorados, as vezes, estão funcionando nas casas dos próprios professores ou dentro de um cupixão, que também está deteriorado. Quando chove não tem condições de ter aula”, explicou.
As lideranças indígenas já entregaram uma denúncia à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF), mas, até o momento, eles não conseguiram uma resposta.
“A questão da educação indígena ainda é uma situação muito precária aqui no estado. A falta de estrutura física para dar condições ao trabalho de educação na comunidade é ainda uma grande deficiência”, concluiu o líder indígena.
Com informações de Adailson Oliveira