Dados da Secretaria de Comércio Exteriores (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mostram que as exportações do Acre alcançaram números expressivos em 2024, totalizando mais de 81 milhões de dólares entre janeiro e dezembro. O resultado representa um aumento de 77% em comparação ao mesmo período de 2023, quando o Estado registrou 45,8 milhões de dólares em exportações. Somente em novembro, as vendas externas somaram 6,3 milhões de dólares, frente aos 2,1 milhões do mesmo mês em 2023.
O principal motor desse crescimento foi o setor de produtos de origem animal, que respondeu por mais de 50% das exportações do Estado. A carne bovina liderou as vendas externas em 2024, ultrapassando os 26 milhões de dólares, equivalente a mais de 172 milhões de reais. Esse montante representou mais de 30% do total exportado pelo Acre no ano. Ao incluir a carne suína e seus derivados, o segmento consolidou-se como o mais relevante para a balança comercial acreana.
O economista Orlando Sabino explica quais os fatores que mais contribuíram para esse expressivo aumento. “Na realidade, a gente consegue perceber toda a estruturação do extrativismo, a derrubada das florestas cresceu em função da pecuária bovina, a transformação da floresta em pastos. Então, todo esse sacrifício era para se esperar um retorno, do ponto de vista econômico, dessa atividade. É uma atividade importantíssima porque, além de grandes produtores, elas contêm por médio e pequenos produtores, de forma que a renda desconcentra mais”, observou.
Os números destacam o avanço do setor agroindustrial no Estado, que tem conquistado novos mercados internacionais. Orlando Sabino também explica como esse expressivo aumento nas exportações impacta na economia local, tanto para os grandes produtores quanto para os médios, que distribuem a renda de maneira relevante.
“Quando a soja dominou durante os três anos, eu ficava meio cético porque a soja é muito concentrada. A soja só é viável do ponto de vista econômico para grandes proprietários, porque é preciso de um maquinário muito pesado, muito forte para poder ensejar a sua produção. Já a pecuária, tem características um pouco diferentes, embora existam grandes produtores, grandes fazendeiros que produzem carne, mas também você vai encontrar médios produtores, aqueles com 500 cabeças, 1000 cabeças, como também o pequeno proprietário também tem cabeças de gado, que numa hora de aperto, ele vende essa carne, de forma que a renda distribui”, concluiu o economista.
Com informações do repórter Marilson Maia para TV Gazeta