No perfil das vítimas, a maioria era de cor parda ou preta (85%), na faixa etária de 14 à 34 anos (65%)
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) divulgou nesta quarta-feira (08) um infográfico com dados atualizados sobre feminicídios no Acre no período de 2018 a 2022. No perfil das vítimas, a maioria era de cor parda ou preta (85%), na faixa etária de 14 à 34 anos (65%) e 12% das mulheres vítimas nos casos dentro do contexto da violência doméstica e familiar tinham ou tiveram medidas protetivas. Além disso, a maior parte dos crimes ocorreu em residências (72%) e 70% das vítimas eram mães, deixando 99 órfãos.
O documento foi elaborado pelo Observatório de Análises Criminais do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) e Observatório de Gênero (Obsgênero) e tem como objetivo fornecer uma síntese situacional dos crimes com demonstrações em gráficos e tabelas, permitindo uma leitura rápida das características específicas dos crimes de feminicídio.
De acordo com a publicação, foram registrados 60 casos de feminicídio no estado do Acre entre 2018 e 2022, com o número de vítimas oscilando entre 11 e 14 em cada ano, exceto em 2022, quando o número caiu para 10 casos. Rio Branco foi a cidade com o maior número de casos de feminicídio no período analisado, concentrando 35% do total de casos. No entanto, desde 2020 ocorreu uma redução e, em 2022, nenhum caso de feminicídio foi registrado na capital.
Os municípios de Cruzeiro do Sul e Tarauacá ficam logo atrás de Rio Branco no período analisado, ambos com 10% dos casos, enquanto Capixaba, Bujari, Porto Walter, Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Xapuri não registraram nenhum feminicídio. Dos 10 casos ocorridos em 2022, três foram registrados na cidade de Feijó e dois municípios apresentaram pela primeira vez casos de feminicídio: Assis Brasil e Brasileia.
O infográfico aponta que 80% dos autores dos crimes eram companheiros ou ex-companheiros das vítimas, e 46% tinham antecedentes criminais. Dentre eles, 55% estavam na faixa dos 13 à 34 anos, 35,4% foram condenados e 23,1% foram presos preventivamente. Os dados também indicam que a arma branca (65%) foi o instrumento mais utilizado nos crimes, seguido por arma de fogo (23%).
O infográfico completo está disponível na área de estudos e publicações do site do Feminicidômetro: https://feminicidometro.mpac.mp.br/.
Metade dos brasileiros conhece ao menos uma mulher vítima de violência doméstica, por isso, se você que está lendo essa matéria estiver passando por agressão física, violência sexual, psicologica ou patrimonial ou conhece alguma mulher que esteja, entre em contato com as centrais de ajuda:
Centro de Atendimento à Vítima (CAV): Rua Marechal Deodoro, 472, Prédio-Sede do Ministério Público – cav@mpac.mp.br – (68) 99993-4701
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam): Via Chico Mendes, 803 – Triângulo (ao lado do Deracre) – (68) 3221-4799;
Centros de Referência de Assistência Social (Cras):
Sobral: Rua São Salvador, 125 – (68) 3225-0787;
Calafate: Estrada Calafate, 3937 – (68) 3225-1062;
Bairro da Paz: Rua Valdomiro Lopes, 1728 – (68) 3228-7783;
Vitória: Rua Raimundo Nonato, 359 – (68) 3224-5874;
Tancredo Neves: Rua Antônio Jucá, 810 – (68) 3228-1334;
Santa Inês: Rua da Sanacre, 1327 – (68) 3221-8311;
Triângulo Velho: Rua Flávio Baptista, 200 – (68) 3221-0826.
Casa Rosa Mulher: Rua Nova Andirá, 339 – Cidade Nova – (68) 3224-5117;
Serviço de Atendimento à Violência Sexual: Maternidade Bárbara Heliodora – Travessa da Maternidade – Bosque;
Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Física: Upas Sobral, Segundo Distrito, Cidade do Povo e Pronto-Socorro.
Ministério Público – Centro de Atendimento à Vítima (CAV): sede – R. Mal. Deodoro, 472 – Centro – (68) 3212-2000;
Defensoria Pública – Núcleo de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência: Av. Antônio da Rocha Viana, 3057 – (68) 3215-4185.
Denúncias contra violência mulher – Disque 180