A movimentação no Terminal Urbano de Rio Branco apresentou tranquilidade nesta terça-feira (14), após as alterações registradas no dia anterior devido à paralisação inesperada dos motoristas de transporte coletivo. A ação, que afetou a rotina dos usuários de Transporte Público, gerou uma série de medidas e esclarecimentos por parte da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans).
Segundo Clendes Vilas Boas, superintendente da RBTrans, a paralisação foi realizada sem o devido cumprimento das normas legais que regulamentam movimentos grevistas, como a comunicação prévia à população e às autoridades competentes. “Os trabalhadores têm direito de reivindicar melhorias, principalmente em caso de salários atrasados, mas isso deve ocorrer dentro da legalidade. O que vimos ontem foi um ato desordenado, que penalizou a população, que não tem relação com as questões internas das empresas”, destaca.
Vilas Boas também afirma que a empresa responsável pelo transporte público, Ricco, havia firmado acordo com o sindicato dos motoristas para regularização de pagamentos até as 17h desta terça-feira. No entanto, a paralisação ocorreu de forma independente, sem anuência ou comunicação oficial do sindicato, gerando surpresa às autoridades e transtornos aos usuários. Diante disso, a RBTrans notificou a empresa, que terá até 48 horas para apresentar uma justificativa formal.
Licitação e Empresa Ricco Transportes
Questionado sobre a situação da licitação do transporte público, o superintendente informou que o processo se encontra atualmente suspenso por conta de intervenções do Tribunal de Contas. “Ajustes em legislações municipais são necessários para alinhar o edital aos padrões modernos de cobrança por quilômetro rodado, em substituição ao modelo atual, que considera o número de passageiros transportados”, afirma.
Apesar das diversas polêmicas que envolvem a Ricco Transportes, a RBTrans declara que o processo de contratação de uma nova empresa é burocrático e demorado. “O transporte coletivo é uma questão complexa, que exige planejamento e ajustes criteriosos. Licitar o transporte não é algo simples. É um processo complexo que exige planejamento, ajustes legais e técnico”, concluiu Vilas Boas.
A empresa Ricco atua de forma emergencial desde 2022, após a saída das operadoras anteriores, que, segundo o superintendente, deixaram dívidas de aproximadamente R$85 milhões aos cofres públicos e uma série de problemas no sistema. Desde fevereiro de 2024, a empresa deixou de pagar as parcelas do financiamento dos veículos.
Dentre denúncias de motoristas e o impacto ao usuário de transporte público, o superintendente afirma que questões políticas estão por trás da paralisação: “O que houve ontem foi uma falta de critério e de bom senso por parte do movimento, por falta de orientação jurídica e por incentivo de forças políticas estranhas, por trás de tudo isso, querendo fazer um holofote, vender sua imagem em cima da desgraça dos outros, fizeram toda aquela baderna aqui no terminal”.