Representantes sindicais e servidores da segurança pública do Acre realizaram um protesto pacífico durante a abertura da Conferência de Meio Ambiente, na Universidade Federal do Acre (Ufac), nesta segunda-feira (20), em Rio Branco. A mobilização, que teve início por volta das 14h, reuniu policiais civis, penais, militares, bombeiros, além de aposentados, reservistas e servidores do interior do estado. O objetivo foi reivindicar a valorização da categoria e pressionar o governo estadual por respostas concretas a pautas consideradas urgentes.
Entre as principais demandas estão a recomposição salarial e a aprovação do projeto de Banco de Horas, que prevê atualização no valor da hora trabalhada e desoneração tributária. De acordo com Rafael Diniz, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Acre (Sinpol/AC), os servidores enfrentam perdas salariais acumuladas que já comprometem a qualidade de vida dos profissionais da área.
“O que a gente está pedindo aqui é a recomposição salarial. É devido à situação da inflação que corroeu o nosso poder de compra. O governo do Estado nos deve cerca de 20% de recomposição salarial. Não estamos pedindo aumento, é o que é nosso de direito”, afirmou Diniz.
Já Leandro Rocha, presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sindapen), destacou o Banco de Horas como pauta comum entre todas as forças de segurança, ressaltando o impacto direto nas condições de trabalho:
“A desoneração tributária do Banco de Horas, com atualização no valor da hora trabalhada, é uma medida de justiça. Não abrimos mão dessa pauta e vamos seguir com os atos públicos até que o governo nos dê uma resposta satisfatória”, pontuou.
Kalyl Moraes, presidente da Associação dos Militares Estaduais do Acre (AME/AC), também esteve presente e reforçou que o calendário de mobilizações seguirá ativo. Os organizadores afirmam que a escolha do local e do horário foi estratégica: aproveitar a visibilidade da conferência internacional sobre clima e floresta, com a presença de autoridades de diferentes níveis de governo.
Embora limitada legalmente quanto à deflagração de greve, a categoria assegura que continuará exercendo pressão por meio de mobilizações permitidas por lei. Os representantes argumentam que o atual cenário de insegurança pública no estado é reflexo direto da desvalorização dos profissionais da área.
“Infelizmente, e para a felicidade do governo, as forças de segurança não podem fazer greve. Mas vamos seguir mobilizados dentro da legalidade. Diferente do governador Gladson Cameli e sua equipe, nós cumprimos a lei. Ele não cumpre quando ignora pautas que são direitos nossos”, concluiu Rafael Diniz.
Uma nova manifestação está programada para a próxima sexta-feira (24), novamente na Ufac, reforçando a continuidade da agenda de reivindicações. As lideranças sindicais cobram diálogo direto com o governo e esperam que as propostas apresentadas sejam analisadas com seriedade.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Marilson Maia, para TV Gazeta.