Ela diz ser vítima de um garoto de 16 anos
Foi um final de semana movimentado no pequeno e isolado município de Jordão. Além de um assassinato bárbaro, onde um homem foi retalhado com um facão, outro fato mexeu com os moradores da cidade: fotos sem roupa da vereadora Zeina Melo, foram destaques nas redes sociais.
A parlamentar, que é casada com o ex-prefeito da cidade, Esperidião Júnior, atual candidato ao cargo, escreveu no perfil que mantém em uma rede social que foi vítima de um garoto de 16 anos.
Na nota de esclarecimento com tom de desabafo, as fotos foram roubadas de seu celular e rapidamente se espalharam pela cidade. Mas vai punir judicialmente o responsável.
A vereadora Zeina Melo é mais uma vítima dos famosos “crimes de internet”. Há dois meses, outra vereadora teve imagens reveladas nas redes sociais. Não estava nua, mas quem divulgou dizia ser amante da parlamentar que prometia revelar outras imagens íntimas.
“No Brasil, não existem leis especificas para esse tipo de crime”, disse o delegado Roberth Alencar que já atuou em diversos casos como esse. Em geral, são tratadas com ataques contra a honra e entram no rol da difamação ou injúria que tem penas leves.
“É possível punir usando outras leis do Código Penal, mas sempre existe uma forma de buscar a punição, dependendo de casa caso”, explicou.
Há três meses, uma enfermeira de Rio Branco enviou um vídeo para o namorado mostrando o corpo. Também foi parar nas redes sociais. A mulher passou vários dias sem aparecer no trabalho.
Poucos tempo depois, foi uma agente da Polícia Civil que aparece tocando seu corpo. Os vídeos foram postados por pessoas que quiseram se vingar ou destruir a vida das duas mulheres.
E “destruir” é a palavra certa diz a psicóloga Silvana Brito. Para a especialista, muitas mulheres não conseguem se recuperar do trauma psicológico depois que têm o corpo exposto nas redes sociais.
“São vários casos de transtornos mentais e alguns relatos de mulheres que cometeram o suicídio depois da exposição, por isso devem ser tratados como casos graves. A intimidade não pode ser tratada dessa forma. Isso deixa uma mancha social na mulher”, explicou.
As leis brasileiras não tipificam essas condutas, explicou o delegado Roberth Alencar. Ele mostrou uma lei que levou o nome de Carolina Dieckman, que pune quem invade computadores e usa os dados, informações ou imagens para prejudicar outra pessoa, mas não fala sobre o que se chama de “pornografia da vingança”, que é uma pessoa ferir a integridade moral e psicológica da outra pelas redes sociais só para vingar-se.
Quando uma imagem cai em rede social é difícil parar a propagação, são 83,4 milhões de usuários da internet e 90% acessam as redes sociais. A única saída da vitima é procurar a policia e dependendo do caso ajuda psicológica.