O Parque Estadual do Chandless, uma vasta área de 695 mil hectares localizada nos municípios de Santa Rosa, Manoel Urbano e Sena Madureira, no Acre, tornou-se o centro de uma importante medida de proteção aos povos indígenas isolados. A Fundação Nacional do Índio (Funai) publicou nesta terça-feira (28), uma portaria que proíbe a entrada e permanência de pessoas não autorizadas na região, com objetivo de proteger o povo Maschco Piro, considerado o maior grupo de indígenas isolados do mundo.
Os Maschco Piro são conhecidos pelo modo de vida nômade,ao deslocarem-se por grandes extensões de floresta conforme as estações do ano. Durante o período das chuvas, ocupam terras mais altas, enquanto na estiagem migram para áreas mais baixas. Recentemente, imagens desse povo têm circulado globalmente, o que chamou a atenção de exploradores e missionários, principalmente estrangeiros, que buscam contato com esses grupos isolados.
O Ministério Público do Acre (MPAC), já alertou sobre a presença de grupos, especialmente missionários americanos, que tentam estabelecer contato com os Maschco Piro, o que coloca em risco a segurança e a cultura desses indígenas. A Funai, preocupada com a integridade dos povos isolados e dos indígenas de recente contato, decidiu restringir o acesso à região, principalmente através do rio Chandless.
A medida visa coibir a entrada de exploradores que, ao adentrar o território, violam os direitos dos povos originários de viverem de acordo com as próprias tradições. Desde 2014, quando um grupo de indígenas isolados fez contato com servidores da Funai, houve um aumento significativo na busca por esses grupos por parte de estrangeiros, o que tem gerado preocupação entre as autoridades.
A fiscalização da área será realizada pela Frente de Proteção Étnico-Ambiental do Envira, e a autorização para entrada na região só será concedida pela Coordenação Geral de Índios Isolados e de recente contato da Funai.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Adailson Oliveira para a TV gazeta