A empresa que administra o Aquiri Shopping anunciou, na tarde da última quinta-feira (05), um aumento de 27% na taxa de condomínio. Segundo o documento entregue, esse reajuste começará a valer a partir do dia 20 de dezembro
“Eu já acho a nossa mensalidade um absurdo, devido a condição do fluxo de pessoas, como de estrutura que não tem. Falta os pisos, telhado com goteira e molha tudo aqui dentro. Então, é impossível passar essa taxa para nós pagar”, diz o permissionário, Silas Lima.
Os permissionários destacam que existem 487 boxes no prédio, e todos pagam taxas que hoje variam entre R$ 108,00 e R$ 600,00. Com isso, segundo eles, a arrecadação da administradora é mais do que suficiente tanto para manter a estrutura quanto para garantir o lucro da empresa.
“É repassado para a Prefeitura de Rio Branco R$ 14 mil todo mês. Então, arrecada mais de R$ 25 mil aqui por mês. O que ele alega para aumentar 27% é muito frágil, pois a troca de piso é obrigação dele, o telhado aqui não está sendo reformado, foi colocada uma calha e pintaram. O corredor central, que está sendo alegado no documento de comunicação, quem está pagando são os lojistas”, acrescenta o permissionário José Carlos.
Para o permissionário Adevaldo da Silva, a situação é a mesma; ele também não concorda com o aumento. “Eles falam que quem não tem condições, é para devolver os boxes para outras pessoas que têm condições. Ninguém vai entregar os nossos bens por direito, pois somos camelôs há muito tempo. Eu, pelo menos, era camelô de mão. A gente não vai abrir mão do nosso espaço público”, afirma.
A gestora do shopping recebeu nossa equipe para falar sobre o caso. Antoniana Campos conta que entende que os permissionários estejam chateados com o reajuste, mas justifica que o aumento foi necessário para que a administração possa ter recursos suficientes para realizar a manutenção do prédio.
Nós estamos há dois anos sem reajustar as nossas taxas, e, com isso, aumentaram as demandas de manutenção do prédio. Inclusive, manutenções essas que não eram para estarmos fazendo, porque estavam na garantia do prédio. Então, precisamos desse reajuste para que a gente consiga, além das manutenções que aumentaram, também lidar com o aumento da inadimplência”, explica Antoniana Campos
Para os trabalhadores, nada justifica esse aumento. Eles garantem que não se recusam a pagar a taxa, desde que o valor do reajuste tivesse sido conversado com eles.
“Essa empresa só está recebendo os benefícios, mas não está investindo e está alegando várias coisas que não estão sendo feitas. Então, nós, da categoria, estamos vindo buscar alternativas, mas não estamos tendo respostas”, diz o presidente da Associação de Camelôs, Jimy Silva
Matéria produzida em vídeo pela repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta