Reportagem feita em vídeo por Wanessa Souza para a TV Gazeta
O Governo publicou na última segunda-feira (27), no Diário Oficial da União(DOU), a lei 14.736/23 que concede pensão para os filhos de pessoas atingidas pela hanseníase, submetidos ao isolamento compulsório.
Desde 2007 o estado paga uma pensão especial às pessoas com hanseníase submetidas ao isolamento e internação compulsórios, mas ela não podia ser transferida a herdeiros ou dependentes. Segundo o coordenador do Morhan do Acre, Elson Dias da Silva, a sanção é um marco para as famílias.
“O Morhan já vem a uma década lutando por essa indenização para os filhos dos pais com hanseníase que foram separados por uma política equivocada de separação nas décadas passadas”, afirma Dias da Silva
O coordenador comemora a conquista e salienta que mais de 1.500 filhos foram submetidos a separação compulsória dos pais.
“A gente fica muito feliz por que são histórias, pessoas que foram tratadas às margens da sociedade e hoje a gente consegue essa indicação para esses filhos que não vão apagar o que ocorreu mas conseguem uma vida melhor”, diz Silva.
O Morhan, ou Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase, é uma organização sem fins lucrativos que atua para reduzir a hanseníase e o estigma da hanseníase no Brasil.
Marly Queirós. foi uma das crianças, retirada dos pais ainda bebê
“Isso não vai ressarcir as humilhações sobre os filhos separados, vai ajudar mas tirar a dor e a ferida que ficou cicatrizada da hanseníase não vai mudar, eu falo sobre e me dói”, diz Marly Queirós.
Ao descrever a dor que sente ao falar sobre o assunto, ela acrescenta ainda que conheceu o pai apenas aos quatorze anos, mas foi criada por outra mulher , pois uma das consequências da separação compulsória foi não ter conhecido a própria mãe.