DEVE CONTINUAR
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) registrou queda na safra de grãos no Acre. Os números da Agricultura por aqui são sempre modestos. Sempre foram, apesar das retóricas de diferentes governos venderem outra ideia. Esse é um problema que, por enquanto, não pode ser atribuído à gestão de Gladson Cameli. Mas a tendência é que esse cenário permaneça.
2021
O ano de 2019 foi praticamente perdido para vários setores da economia local, com destaque para a Construção Civil e para a agricultura: problemas com maquinários do Governo cedido às associações e sindicatos de trabalhadores rurais, chuvas em excesso ao longo do ano, problemas nas equipes de extensionistas rurais e técnicos agrícolas devem empurrar a safra de 2019 para baixo. Com a possível reestruturação da Emater, os efeitos só devem ser sentidos em 2021.
PASSANDO O TRAÇO
O que a Conab informou foi basicamente o seguinte: o Acre aumentou a área plantada, mas teve produção reduzida. Um evidente impacto na produtividade foi constatado o que aponta para a gravidade da falta de assistência técnica para o agricultor familiar na região.
NÚMEROS
As únicas culturas que apresentaram um cenário menos grave foram o arroz e a soja. Esta teve aumento de área plantada em três vezes (mas é um aumento em cima de uma cultura quase inexistente na região): a soja saiu de 0,5 mil hectare (em 2017) para 1,5 mil hectare (em 2018). O arroz registrou aumento na produtividade: manteve a área plantada e passou de 6,1 mil toneladas para 6,5 mil toneladas. O aumento de 6,6% na produção de 2018, comparado a 2017, trouxe aumento de produtividade de 8%, segundo a Conab.
FEIJÃO E MILHO
O feijão e o milho são os que estão em pior situação. O feijão diminuiu a área plantada, a produtividade caiu e a produção teve uma queda de quase 35%. Deu a lógica. Mesmo tendo arranjos produtivos locais que necessitam do grão como insumo, o milho não reagiu na agricultura regional: também teve redução da área plantada, queda na produtividade e redução na produção em 3,3%.
CENÁRIO
Esse é o cenário. O que já é possível notar é que Gladson Cameli percebeu que a força política de sua gestão nesse setor ele vai encontrar é na agricultura familiar. Ali é onde estão os votos que lhe darão sustentação ao mandato. A expectativa é para saber a eficácia das ações que estão sendo planejadas pela atual direção da Emater, liderada agora por Tião Bocalom.
CONTRADIÇÃO
Há uma contradição no que fala o governo e no que anuncia o governador Gladson Cameli. O que governo calcula a redução do número de mortes violentas no Acre. Há alguns comparativos que chegam à casa dos 40%. Se isso for verdadeiro, o que justifica o governador anunciar a possibilidade de pedir intervenção da Força Nacional no Acre?
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