A Câmara Municipal de Rio Branco abriu nesta terça-feira (4) os trabalhos do biênio 2025-2026 com a nova Mesa Diretora. Com discursos voltados para a aproximação entre o Legislativo e a população, os vereadores eleitos para a gestão destacam que querem levar as decisões da Câmara para mais perto dos bairros e garantir soluções para problemas urgentes da cidade.
A nova composição para o biênio 2025-2026 tem Joabe Lira (União) como presidente, eleito com 16 votos. Leôncio Castro (PSDB) assume a vice-presidência com 20 votos, enquanto Felipe Tchê (PP) fica com a primeira secretaria, tendo recebido 21 votos. Antônio Morais (PL) ocupa a segundo secretario com 19 votos. A suplência fica com Lucilene Vale (PP), que também recebeu 21 votos.
Leôncio Castro
Aos 45 anos, o vice-presidente da Câmara, Leôncio Castro, se orgulha da origem humilde no Segundo Distrito de Rio Branco. Filho de uma lavadeira que criou cinco filhos sozinha, começou a trabalhar aos 8 anos vendendo frutas na rua e como vigia de loja no Natal.
Apesar das dificuldades, Leôncio sempre teve envolvimento com política. Aos 12 anos, participava do movimento estudantil e, mais tarde, se tornou radialista, apresentador de TV e colunista em jornais locais. O discurso é baseado na ideia de que a política pode ser uma ferramenta para mudar realidades, principalmente para aqueles que mais precisam.

Agora como vice-presidente da Câmara, ele promete um mandato voltado para a fiscalização do Executivo e para a criação de políticas públicas voltadas à população vulnerável. Uma das primeiras propostas será buscar soluções para a questão dos moradores de rua e dependentes químicos em Rio Branco, problema que considera um dos mais urgentes da cidade.
“Esse é um problema que tomou conta da cidade. Vamos chamar o poder público, ONGs e igrejas para construir soluções”, explica. Entre as prioridades da nova gestão está a “Câmara Itinerante”, proposta que pretende levar sessões para diferentes bairros da cidade. “A ideia é aproximar a Câmara da comunidade, sair das quatro paredes e ouvir a população diretamente”, diz Castro.
Felipe Tchê
Diferente de outros membros da Mesa, Felipe Tchê não planejava ocupar um cargo na diretoria da Câmara. Advogado há mais de 10 anos, com especializações em Direito Tributário e Processo Civil, ele foi eleito 1º secretário depois de um período afastado das articulações políticas por questões familiares.
Felipe diz que assumiu o cargo por entender a importância da função e por acreditar que pode contribuir com a experiência na iniciativa privada. Como primeiro secretário, será um dos responsáveis por assinar e ordenar as despesas da Câmara, uma função que exige transparência e compromisso.

Tchê diz que a principal bandeira será a educação e tem um projeto inspirado em uma iniciativa de Recife: um programa de intercâmbio para estudantes da rede pública. “Sei o impacto positivo que uma experiência dessas pode ter na vida de uma criança. Quero trazer esse modelo para Rio Branco”, afirma.
Outro ponto que ele pretende trabalhar é a modernização da saúde pública, utilizando aplicativos para reduzir filas em postos de atendimento. “Precisamos agilizar serviços básicos para a população”, ressalta.
Lucilene Vale
A vereadora Lucilene Vale, 45 anos, é a única mulher na nova composição da Mesa Diretora. Segundo ela, a trajetória é marcada por desafios: nasceu na zona rural de Senador Guiomard, foi empregada doméstica para pagar os estudos, sobreviveu a duas batalhas contra o câncer e construiu uma carreira no setor farmacêutico e no serviço público.
Casada com o deputado André da Droga Vale, Lucilene conhecia os bastidores da política, mas decidiu disputar uma eleição para ter mais voz e autonomia nas decisões. Na primeira candidatura, obteve 1.258 votos e agora chega à Câmara com a missão de representar os mais vulneráveis.

Entre os temas que pretende defender, Lucilene cita a melhoria da infraestrutura dos ramais para produtores rurais, o acesso à água em bairros mais carentes e o atendimento a crianças autistas. “São questões que afetam diretamente a vida das pessoas. Quero focar em políticas públicas que tragam melhorias reais”, diz.
Sobre as críticas que podem surgir no caminho, a vereadora afirma que faz parte da política ouvir opiniões diferentes. “O importante é filtrar o que é construtivo e seguir trabalhando”, conclui.
O que esperar da nova Mesa Diretora?
Com o início dos trabalhos legislativos, a nova Mesa Diretora promete mais presença nos bairros e uma gestão mais conectada com a população. Os vereadores dizem que querem transformar as reivindicações da cidade em ações concretas e com isso esperam colocar projetos em prática nos primeiros meses do mandato.

O site Agazeta.net entrou em contato com os vereadores Joabe Lira (União) e Antônio Morais (PL), porém até o momento da publicação desta matéria não obteve respostas.