Dois dos três acusados de envolvimento no latrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou o vigilante Raimundo Assis de Souza Filho, de 52 anos, foram condenados pela Justiça do Acre a penas que somam mais de 45 anos de prisão. O crime ocorreu no dia 7 de abril de 2025, na Escola Estadual Maria Raimunda Balbino, localizada na região da Baixada da Sobral, em Rio Branco.
Na noite do crime, Raimundo trabalhava na unidade escolar quando foi surpreendido por criminosos armados. Imagens do circuito interno de segurança mostram o momento em que os suspeitos invadem o local. O vigilante ainda tenta reagir, chega a sacar a arma, mas é atingido por disparos e morre no local. Um dos assaltantes também foi ferido durante a troca de tiros.
As câmeras de segurança também captaram o momento em que Raimundo, já ferido, cai dentro de uma sala com o celular próximo à mão — o que indica que ele possivelmente tentou pedir ajuda.
Após investigação da Polícia Civil, três envolvidos foram identificados. Dois deles — Leandro Mendes dos Santos, de 18 anos, e Valdezmar Bezerra da Silva, de 35 — foram presos, denunciados pelo Ministério Público e levados a julgamento. A sentença foi assinada por um juiz da Vara Criminal de Rio Branco, que determinou: 25 anos de prisão para Valdezmar Bezerra da Silva E 20 anos de prisão para Leandro Mendes dos Santos. Ambos deverão cumprir a pena em regime fechado, e não poderão recorrer em liberdade.
Depoimentos e motivação do crime
Durante o julgamento, os dois réus confessaram o crime, alegando estarem há mais de três dias sob o efeito de drogas. Valdezmar, que na época usava tornozeleira eletrônica, afirmou que teve a ideia do crime e chamou Leandro para “fazer um corre” — expressão usada para designar ações ilícitas. Segundo ele, a intenção era roubar a arma de fogo do vigilante, e não havia um plano para matar ninguém.
Ainda conforme os depoimentos, os dois pularam o muro da escola após se aproximarem pela lateral. O que eles não esperavam, segundo disseram à Justiça, era a reação do vigilante e a gravidade que a situação tomaria.
O terceiro acusado, Francisco do Nascimento Costa, também foi preso, mas responderá em um processo separado, cujo julgamento ainda será realizado. O caso segue na Vara Criminal e, de acordo com a Polícia Civil, as imagens das câmeras de segurança foram decisivas para a elucidação do crime e a responsabilização dos envolvidos.