Presidente do povo Huni Kui no Acre, Ninawá Huni Kui, é um dos indígenas que está representando o Brasil na COP27
O presidente do povo Huni Kui no Acre, Ninawá Huni Kui, é um dos indígenas que está representando o Brasil na 27ª Conferência das Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP27), juntamente com a professora da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, Stein Sharon. Eles produziram um documento denunciando e criticando a forma como a COP27, sediada no Egito está discutindo os temas sobre o clima.
O grupo reclama que as reuniões seguem o padrão colonial, pois os países ricos, os que mais poluem, tratam o problema como se fosse uma oportunidade de negócios quando falam de compensação pelo carbono, biocombustíveis e energia verde, e em nenhum momento pararam para ouvir, por exemplo, de quem mora na floresta. Além disso, o documento prevê extinção do homem e afetando primeiramente as comunidades indígenas.
“Estamos passando por um processo de grande batalha contra o governo genocida que foi perseguidor das causas indígenas e ambientais. Por isso, nós estamos aqui participando, para trazer voz aqueles que não tem oportunidade em participar. Vamos esperar como vai ser a próxima negociação de investimentos para poder continuar destruindo os territórios, ameaçando o nosso povo e perseguindo as nossas lideranças”, explica o Ninawá Huni Kui.
Segundo estudos da professora Stein Sharon, existe uma catástrofe ambiental anunciada, tendo em vista que a Floresta Amazônica nos últimos 40 anos vem sendo submetida ao desmatamento, aquecimento e estresse hídrico e as reuniões da COP27 nunca apresentaram algo prático para mudar essa realidade.
Nos últimos anos o que houve foi o crescimento da extração de madeira, mineração, grilagem, poluição e os ataques aos povos originários da floresta, mesmo a COP27 não oferecendo a discussão necessária, o espaço ainda é importante para que ao menos as críticas aos países e seus governantes ganhem eco.
“Estou aqui participando da 27° COP no Egito, aonde está sendo feitos vários debates relacionados as mudanças climáticas, envolvendo a questão da Amazônia brasileira. E nós do Estado do Acre, que temos sofrido impacto dentro das nossas comunidades, não temos a oportunidade de participar das tomadas de decisões e nem de levar informações que de fato trazendo transformação para a vida do nosso povo”, finaliza a liderança indígena.
Com informações de Adailson Oliveira para TV Gazeta