Milhares de metros cúbicos de madeira apreendida estão se perdendo no pátio da serraria da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), situada na vila do Incra, em Porto Acre.
Elas foram apreendidas durante as blitzens do Imac e da Polícia Florestal. No pátio existe ainda milhares de metros cúbicos de peças serradas de Angelim, Mogno, Cedro e Castanheira.
A Funtac apenas cede o local para guardar o que foi apreendido e a madeira só pode sair quando o processo passar por todas as instâncias da Justiça. São tantos os recursos, e a demora é tão longa, que toras e peças de madeira já estão há 12 anos jogadas no pátio.
A marca do depósito é uma casa de cupim com mais de um metro, que fica em cima de um lote de pernamancas. Por toda extensão do pátio existem peças e tábuas destruídas pela ação do tempo. A maioria delas não podem mais ser usadas. Muitas estão escondidas na vegetação, apenas tomando espaço, já que ficaram podres.
Nas madeiras mais novas ainda é possível ver as marcas da motosserra. Árvores que foram cortadas e transportadas de forma ilegal e que correm o risco de se perderam.
O diretor presidente da Funtac Luiz Augusto Mesquita disse que são vários os pedidos de associações e prefeituras para que a madeira seja doada, mas sem permissão da Justiça elas vão continuar no pátio.
Apesar de ser fiel depositária, a Funtac não tem o quantitativo de quantos metros de madeira estão no local, nem quanto já se perdeu. Só que alguns processos quando chegarem ao último estágio na Justiça, sobrará apenas o pó da madeira.