Geladeira vazia e contas se acumulando
Quando recebeu a notícia de que sairia do bairro Cadeia Velha, zona de alagação, para a Cidade do Povo, Maura Rodrigues imaginou que a vida iria mudar. Antes de chegar à tão sonhada casa própria ela passou alguns dias abrigada no Parque de Exposições e lá, perdeu alguns objetos, que teriam sido roubados. Os poucos móveis e colchões que ficaram na antiga casa, foram totalmente perdidos pela alagação.
Mesmo assim, a mudança aconteceu, afinal, a família estava adquirindo aparentemente independência social. Há quatro meses na Cidade do Povo, sem poder sair pra trabalhar, já que precisa cuidar de quatro filhos, sendo um especial, Maura está desesperançada.
O único recurso que entra é do Bolsa Família. Ela apresenta as contas de energia que estão em atraso. Talões com débito entre R$ 100,00 e R$ 200,00. A luz foi cortada. Na geladeira, que foi ligada com a energia da vizinha, estão acondicionados apenas água e remédios.
Para Maura, a família está passando por mais dificuldades do que antes, agora ela não consegue manter a tão sonhada casa. “Lá [Cadeia velha] eu lavava roupa pra fora, fazia faxinas e aqui não faço por que não tem quem fique com meus meninos”, explica.
A família dorme no chão, com os colchões conseguidos através de doações de vizinhos. Pra cozinhar, Maura usa um fogareiro. Ela não tem condições de comprar botijão de gás. Hoje para o almoço, ela irá servir aos filhos arroz, feijão e ovos. Aliás, o orçamento da família só é revertido para o básico da alimentação, não sobra pra mais nada. À sociedade, a mãe faz um apelo: quem puder ajudar com móveis, roupas, alimentos. “Tudo será bem vindo”, afirma.
Outro dilema vivido pela família é com o filho especial. Maura tentou aposentar o adolescente, mas se cansou da peregrinação e da burocracia. Ela também precisa de apoio da Assistência social, para esclarecer quais benefícios tem direito, e como a família pode vencer definitivamente a miséria.
Para quem quiser e puder ajudar entrar em contato através do 9916-1760