Responsável fala sobre a importância da educação
Durante esta semana, a jornalista Luciana Lopes faz um desabafo em suas redes sociais a respeito de uma situação que aconteceu recentemente com seu filho Ian Davi (12). A criança teria chegado ao seu quarto pela madrugada chorando por se sentir excluído entre seus colegas de classe do colégio onde estuda.
Segundo a mãe, a criança entrou em crise de choro, e não conseguia pronunciar diretamente as palavras. E que ao conseguir consolá-lo, a Davi começou a se culpar por sua condição de autista.
Em entrevista com Luciana, a jornalista falou sobre a importância da educação inclusiva no papel de desenvolvimento e aprendizado de crianças com a mesma condição que de seu filho.
Recentemente, o Governo Federal decretou uma medida na qual não se torna obrigatória que as instituições realizem matriculas de crianças com condições especiais. Para Lopes esta decisão se torna totalmente descabida excludente, tendo em vista que a educação básica é fundamental para o processo de desenvolvimento intelectual e social das crianças. E principalmente por se tratar da realidade de Ian, a educação se torna um fator indispensável por se tratar de uma condição de um distúrbio neurótico sendo necessário o estimulo obtido através da educação infantil.
“Tirar a obrigatoriedade das crianças especiais de irem a escola é perpetrar o isolamento social destes. E o isolamento é totalmente prejudicial para os autistas. A educação inclusiva é um processo contínuo e dinâmico, que implica a participação de todos os envolvidos, inclusive do próprio educando. Por isso, é importante, antes de qualquer coisa, garantir sua presença na escola. Para que a equipe pedagógica possa conhecê-lo bem e assim buscar identificar meios de garantir sua inclusão efetiva. E não o contrário” frisou a jornalista.
Lopes ainda desabafa sobre como as escolas ainda falham no processo de como receber esse estudantes com condições especiais. No qual não há um preparo ideal para atendê-los, pois não há profissionais capacitados para isso. E durante esta pandemia, a educação voltada a esta realidade se tornou mais dificultosa. Elas não vieram adaptadas, como deveriam, mas eu como mãe vou me recusar a colocar meu filho para fazer? Eu poderia, mas não fiz. Tomei pra mim a responsabilidade de ajudá-lo nessa jornada.
“Desde que começaram as aulas on-line, tento incentivar o Ian a assistir as aulas, mas ele dispersa, fica inquieto, não presta tanta atenção. Se uma pessoa normal, o grau de atenção é pequeno, imagina de crianças autistas? Para tentar minimizar os prejuízos, fui montando um esquema de ações que ajudassem o Davi a compreender um pouco os temas que constavam nas avaliações. Em algumas provas, fui lendo e fazendo a interpretação textual, fazendo algumas perguntas pra saber se ele estava entendendo e o ajudando na escolha das assertivas. Em provas como história, fui dançando como os primórdios, inventando musiquinha pra explicar os processos evolutivos do homem”, explicou.
A mãe relata que seu filho em algumas de suas crises fica chorando por volta de 40 minutos, muitas vezes tende se autoagredir e menosprezando sua própria autoestima. E que com isso, chegou a desabafar sobre se sentir excluído pelos amigos por ser autista, e alertando que isso era depressivo.
“Nessa última crise, ele acrescentou as frases, de que não têm amigos e que isso era depressão! Pra mim foi um choque, porque só com esse pedido de socorro, pude entender de fato o que realmente estava incomodando o Davi. Ele estava se sentindo solitário, embora muitas vezes permaneça no seu mundo particular, ele deseja sim ter amigos, brincar, jogar bola. Talvez não saiba como fazer isso”, disse a jornalista.
Segundo Luciana, após a repercussão da publicação, a mãe mostrou as mensagens positivas a Ian, a criança ficou emocionada. “Depois sugeri que nós fizéssemos uma pequena oração, para que Deus nos ajudasse, para que mandasse amigos para o Ian. E assim, ele foi se acalmando. Ontem mostrei as mensagens que ele recebeu no Instagram, de várias pessoas que desejam conhecê-lo. Ele ficou emocionado”.