Vinte e quatro horas após a paralisação dos motoristas de ônibus, a movimentação no terminal urbano da capital acreana voltou à normalidade. A suspensão das atividades, motivada pelo atraso no pagamento de salários, foi interrompida após um novo acordo firmado entre a empresa de transporte coletivo Ricco e os trabalhadores, mediado pela prefeitura.
De acordo com o acordo, a empresa Ricco se comprometeu a efetuar o pagamento dos salários atrasados até o fim da tarde do dia 14. No entanto, o compromisso não foi cumprido, e os motoristas decidiram suspender novamente as atividades a partir das 8h da manhã desta quarta-feira. A situação gerou incerteza tanto para os trabalhadores quanto para a população que depende do transporte público.
Para evitar uma nova paralisação, a prefeitura de Rio Branco decidiu intervir, antecipando o repasse financeiro à empresa para que os pagamentos fossem realizados ainda nesta quarta-feira. A expectativa é de que o montante seja depositado na conta da empresa até o meio-dia, permitindo que os motoristas recebam seus salários atrasados.
Antônio Neto, presidente do sindicato dos motoristas, destacou o desconforto da categoria com a situação, ressaltando que a paralisação é prejudicial tanto para os trabalhadores quanto para os usuários do transporte coletivo.
“Acharam a consistência para fazer esse repasse para a empresa hoje e ficou acordado que no máximo até meio-dia esse dinheiro vai estar na conta da empresa para repassar para nós trabalhadores”, afirmou Neto.
Ele reforçou que, caso o repasse não seja realizado, uma nova reunião será realizada às 15h para decidir os próximos passos. “Se o repasse não acontecer, a gente vai se reunir e informar a todos sobre o direcionamento a ser tomado”, disse.
A incerteza em relação ao pagamento dos salários também afeta os usuários do transporte coletivo, que expressam apoio aos motoristas, apesar dos transtornos causados pela paralisação.
“É difícil, mas até que eu concordo com os motoristas, porque eles compram fiado, tem que pagar, tem que comer, como é que eles vão sobreviver?”, comentou um usuário do transporte.
Outros usuários apontaram o impacto na rotina diária, especialmente para estudantes e profissionais que dependem do transporte público. “Você sai de casa sem saber se vai ter ônibus para voltar, fica complicado”, relatou um trabalhador.
Mesmo diante dos transtornos, muitos entendem a necessidade da paralisação e demonstram solidariedade com a causa dos motoristas. “Tá certo eles de parar, a gente trabalha porque precisa, mas no final a gente sente falta porque precisa do transporte”, afirmou outro usuário.
A situação permanece delicada, com os motoristas aguardando o cumprimento do acordo para evitar novas paralisações. Enquanto isso, a população segue atenta aos desdobramentos, torcendo por uma resolução definitiva.
Com informações da repórter Débora Ribeito para TV Gazeta