Foi realizada denúncia de ‘fura- fila’ na imunização contra covid-19 no Acre
Na segunda-feira (8), o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), após receber denúncia de ‘fura- fila’ na vacinação contra covid-19 notificou a direção da Policlínica da Polícia Militar, em Rio Branco, para averiguar as circunstâncias em que as doses foram dadas, se houve desvio de finalidade na aplicação das vacinas, o número de pessoas que receberam as doses até o momento, entre outras informações que podem auxiliar na apuração de possíveis irregularidades na aplicação das vacinas.
A 1ª Promotoria Especializada de Defesa do Patrimônio Público abriu procedimento preparatório de inquérito civil para apurar se houve improbidade administrativa e vai requerer que pessoas que tomaram a vacina, mas que não fazem parte do grupo prioritário, não recebam a segunda dose. Já a Promotoria de Defesa da Saúde instaurou notícia de fato para apurar a suposta aplicação irregular de doses da vacina contra a covid-19.
Por intermédio da Promotoria de Defesa da Saúde, o MPAC expediu ainda uma recomendação para que o município de Rio Branco passe a fiscalizar as vacinas aplicadas nas Unidades de Saúde para verificar se a ordem de prioridade está sendo seguida, analisando a documentação comprobatória dos servidores contemplados com a vacina, além de verificar a inserção destes no grupo prioritário dos profissionais de saúde.
O promotor de Justiça Glaucio Ney Shiroma Oshiro, titular da Promotoria de Saúde, ressaltou que o MPAC recomendou também que seja agilizado o processo de vacinação dos idosos, com critérios claros e objetivos. “Além disso, reiteramos a necessidade de observância da Recomendação 001, cujo prazo finaliza essa semana, na qual solicitamos informações sobre a relação de vacinados, a inserção nos sistemas do Ministério da Saúde e a condução do Plano Nacional de Imunização a ser observado”, afirmou.
Entenda o caso
A estudante de psicologia Dayanna Menezes, e esposa do Coronel da Polícia Militar, Ulysses Araújo, postou uma foto recebendo a primeira dose da vacina contra a covid-19 em suas redes sociais e causou polêmica. Ela foi apontada como não ser do grupo prioritário para receber o imunizante nesse momento. Porém Dayanna afirmou que faz atendimento psicológico na Policlínica da Polícia Militar, em Rio Branco.
Em defesa da esposa
Ulysses Araújo usou as redes sociais na tarde desta segunda-feira (8) para sair em defesa da mulher. Ele afirmou que a esposa foi vacinada porque “tem dedicado seu tempo, amor e carinho para atender crianças que precisam de acompanhamento psicológico” e que essa polêmica seria na verdade uma tentativa das pessoas de atingir a ele.
Confira a publicação na íntegra
“Dayanna você é uma mulher honrada, trabalhadora e virtuosa. Voce? foi vacinada e imunizada contra o Covid hoje, não porque é minha esposa ou esposa de um Coronel. Aliás diga-se de passagem, você tem luz própria. Você foi vacinada porque desde outubro de 2020 tem dedicado seu tempo, amor e carinho para atender crianças que precisam de acompanhamento psicológicos, filhos de policiais militares, clientela mais perigosa por serem, na sua maioria, assintomáticos. Seu trabalho é incri?vel e relevante. Você foi submetida a esse estágio na Policli?nica da PM, por meio de convênio com a sua universidade, nada teve a ver comigo “Coronel Ulysses”; voce? está trabalhando na policlínica, numa área de saúde que está na linha de frente, correndo risco de contaminação em um ambiente hospitalar que você é obrigada a está três vezes na semana, e ainda um dia na semana de plantão, sem qualquer tipo de remuneração financeira, mas apenas a remuneração da ética, da moral e do amor ao próximo. Os jornais e os que lhe criticam não lhe conhecem e não sabem o amor e dedicação que você doa as crianças (seus pacientes) na policlínica. Não sabem quantas crianças você ajudou até mesmo previnir quanto a cometerem desatinos contra a própria vida. Isso não conta pra eles que amam denegrir a imagem das pessoas sem causa; Não conta pra eles porque a finalidade no final das contas não é lhe atingir, mas sim atingir a mim, atingir a pessoa do Coronel Ulysses…tanto é assim que dezenas de casos semelhantes ao seu não foram divulgados, mas tão somente o seu por ser esposa do Coronel Ulysses, que nada fez além de dedicar 30 anos da vida para servir, proteger e cuidar da nossa sociedade no combate ao crime. Fique em paz querida Dayanna, a inveja e o mal por si só se destrói. Que Deus te abençoe e que você continue seu trabalho junto as crianças que amam ser atendidas por você. Lhe admiro e nossa família lhe ama e sempre vai lhe amar. Conte conosco!!!”
Sobre imunização contra a covid-19, a Policlínica da Polícia Militar do Estado do Acre esclarece que:
– Atende com serviços de Saúde servidores militares e civis da Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC) e seus dependentes;
– Os atendimentos variam entre serviços odontológicos, ginecológicos, clínico geral, atendimento psicológico, de fisioterapia, assistência social e outros;
– No início da pandemia foi criado na clínica um serviço de atendimento médico e acompanhamento clínico direcionado aos profissionais civis, militares e seus dependentes que manifestam quaisquer sintomas da covid-19.
– Ao todo, 130 profissionais que atuam na unidade estavam na lista da primeira fase de vacinação incluindo policiais, médicos, odontólogos, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e profissionais de serviços gerais.
– A clínica tem convênio com instituições de ensino superior, em que alunos de odontologia e psicologia atendem como estagiários não remunerados, beneficiando tantos os servidores, quanto seus familiares, ao colocarem em prática seus conhecimentos no período de estágio o que também favorece em muito os atendimentos diários da clínica;
– Dezoito desses profissionais em fase de formação, que cumprem estágio na Policlínica receberam a primeira dose da vacina CoronaVac, dentre eles a formanda em psicologia, estagiária não remunerada da clínica, Dayana Menezes Soares de Araújo;
– Com a vacinação, asseguramos aos profissionais de Saúde da Policlínica, desde os mais antigos, aos jovens estagiários, segurança para a continuidade da prestação de serviços de Saúde, e a manutenção da capacidade de atendimento para a comunidade militar e seus dependentes.