Brasil é o segundo com maior n° de casos de transtornos depressivos
Durante todo este mês é realizada a campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. Segundo dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o campeão mundial em casos de transtornos de ansiedade e ocupa o 2° lugar em transtornos depressivos, que podem levar ao suicídio.
Ainda segundo dados da OMS, publicados em 2019, o suicídio é a segunda causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos. No Acre, de 2009 a 2019, a vigilância epidemiológica registrou 2.917 casos de violência/lesão autoprovocada. Foram 832 notificações somente no ano passado.
A psicóloga do Tribunal de justiça, Josinéia da Silva Costa, explica que a ideação suicida pode afetar qualquer pessoa, de qualquer idade e, muito embora não haja um padrão especifico, é preciso ficar atento a sinais que podem indicar essa intenção.
“Geralmente falam muito sobre morte, tem uma visão negativa sobre si e sobre a vida ou falta de esperança, tristeza. Geralmente tecem comentários com frases de alerta como ‘vou desaparecer’, ‘vou deixar vocês em paz’, ‘quero dormir e nunca mais acordar’… O isolamento é outro alerta interagir menos nas redes sociais, dormir muito, reduzir atividades sociais… problemas com auto estima e relacionamentos, problemas com identidade de gênero, são alguns sinais de alerta.”
Caso sejam identificados sinais de que a pessoa tem essa ideia, a busca por ajuda especializada é de suma importância principalmente ajuda médica e psicológica. “Em Rio Branco temos os Leitos de Saúde Mental no Pronto Socorro que atende os casos de tentativa de suicídio e também de forma preventiva. Existe também o telefone 188 do Centro de Valorização da Vida disponível 24 horas com apoio emocional e prevenção do suicídio”, ressalta Costa.
Pandemia
O distanciamento social imposto pela pandemia de Coronavírus pode ser um fator a mais para uma pessoa que tenta conviver com problemas psicológicos. “Infelizmente esse período de isolamento alterou de forma brusca a interação social, alterou a rotina, forçando as pessoas a se adaptarem a uma nova modalidade fora dos padrões de sua escolha de vida habitual afetando muitas pessoas, principalmente, as que possuem tendências depressivas ou ansiogênicas ou mesmo o agravamento de quadros de adoecimentos como transtornos de ansiedade e depressão,” diz a médica.
“É imprescindível em caso de suspeita a busca por ajuda psicológica e psiquiátrica. Em quadros de transtornos graves deve ser encaminhado imediatamente ao médico e psicólogo,” completa.