Em uma coletiva de imprensa realizada em Rio Branco, nesta terça-feira (21), a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o governador do Acre, Gladson Cameli, a vice-governadora Mailza Assis e a secretária de Estado da Mulher, Márdhia El Shawwa, discutiram as preocupantes taxas de feminicídio no estado. O evento faz parte de uma agenda oficial voltada ao fortalecimento das políticas públicas para as mulheres, com destaque para ações de conscientização e combate à violência de gênero.
O Acre, há anos, figura entre os estados com os maiores índices de feminicídio no Brasil. Um caso recente, envolvendo a morte brutal de uma jovem de 19 anos, em Mâncio Lima, trouxe novamente à tona a urgência de ações efetivas e a conscientização da população sobre os diferentes ciclos que a violência doméstica pode ser identificada.
A ministra Cida Gonçalves tratou do empenho que o governo federal tem em combater essa realidade, destacando a importância da inauguração da Casa da Mulher Brasileira e de outras políticas de enfrentamento à violência.
“A Casa da Mulher Brasileira será um centro de apoio crucial, reunindo delegacia especializada, juizado, promotoria, defensoria, e serviços de apoio psicossocial. Esse tipo de estrutura é essencial para oferecer um suporte integral às mulheres em situação de violência”, explicou a ministra.
O governador Gladson Cameli enfatizou a necessidade de conscientização e o papel da educação no combate à violência de gênero. “Estamos em 2025, com a informação acessível a todos. É inadmissível que ainda tenhamos pessoas que não compreendam o mal causado pelo feminicídio. Nosso papel é educar, punir quando necessário, e continuar promovendo a igualdade de direitos”, declarou.
A secretária de Estado da Mulher, Márdhia El Shawwa, abordou o desafio de erradicar o feminicídio a curto prazo, destacando a natureza enraizada do problema. “Zerar a violência contra a mulher é um objetivo a longo prazo, dado que a misoginia está presente há mais de 500 anos em nossa sociedade. No entanto, estamos plantando as sementes para uma mudança significativa. Cada vida salva já é uma vitória”, afirmou.
Ações no Interior do Estado
A ministra Cida Gonçalves ressaltou a importância de levar serviços às regiões mais remotas, onde a ausência de suporte aumenta a vulnerabilidade das mulheres. “Estamos implementando salas lilás em delegacias e unidades móveis para atender mulheres no campo e na floresta. É crucial que o alcance dessas políticas seja ampliado para reduzir a violência em áreas menos assistidas”, destacou.
A coletiva teve como objetivo reforçar que o enfrentamento ao feminicídio requer uma gestão integrada entre União, Estado e Municípios, com participação ativa da sociedade. “Queremos que as mulheres tenham acesso aos seus direitos e que possamos, até 2026, apresentar resultados concretos”, concluiu a ministra.
Canais de ajuda
Para combater a violência de gênero, é essencial que mulheres tenham acesso a redes de apoio e proteção. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor. É fundamental contar com uma rede de suporte, que pode incluir familiares e amigos, além de serviços especializados que oferecem assistência jurídica e psicológica.
As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.
Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190. Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.
Com informações de produção de Natália Lindoso