DOM MOACYR
Dom Moacyr Grechi tornou concreta a ideia de uma Igreja Católica que optou pelos mais pobres. A vida dele foi registro cotidiano de luta contra a injustiça e pela Defesa dos Direitos Humanos. Era, antes, a ação que lhe alimentava a fé. A Igreja de Dom Moacyr tinha lado. E ninguém tinha dúvida de qual lado era.
RELIGIOSO
Ficou muito conhecido um episódio ocorrido nos anos, durante uma entrevista coletiva. O então repórter Toinho Alves deixou o bispo de Rio Branco silencioso. A maior autoridade eclesial católica da região teve que responder à indagação diante de toda imprensa: “Dom Moacyr, o senhor é um homem religioso?”. Assim, na lata. Dom Moacyr calou, pensou e abarcou. “Não. Eu não sou”. Esse era Dom Moacyr, a quem os ritos e liturgias eram instrumentos pesados, mas necessários para lhe fortalecer a fé.
DIREITOS HUMANOS
Dom Moacyr já deu diversas declarações cujo teor pode ser resumido da seguinte forma: defesa de Direitos Humanos é uma ideia cuja concretude desagrada a todos os governos. De direita. De esquerda. De Centro. De diagonal. Todos. Mas ele seguia teimando. A referência para Dom Moacyr era o combate à exclusão e à injustiça social. Se isso era bandeira de partido X ou Y, tanto melhor. Pela batina de Moacyr a Igreja tinha uma opção política clara.
FRUTOS
Pastoral da Terra; Cimi; apoio à Colônia Sousa Araújo e à luta de emancipação dos portadores de hanseníase; apoio à organização da classe trabalhadora no Acre; criação da base sindical. As Comunidades Eclesiais de Base e a Teologia da Libertação, por aqui, renderam bons frutos nas ladainhas ditadas por Dom Moacyr.
“BENÇA, MÃE!”
Uma geração de acrianos lembra das seis horas da noite, hora da “Ave, Maria!”. Era a voz de Dom Moacyr que o Acre ouvia. E ai do menino que não estivesse por perto da mãe e não lhe pedisse a benção aos primeiros cumprimentos do Dom.
NOTAS
Claro que não podia ser diferente. Notas de tudo quanto é político inundaram redes sociais. Com ou sem foto.
PEDIU, MAS…
Ney Amorim, o ex-petista que assessorava Gladson Cameli em tempos recentes na Aleac, pediu exoneração. Antecipou-se a uma decisão que já havia sido tomada no Gabinete Civil.
DATA
A expressão “a pedido” dita no decreto de exoneração publicado hoje (18) no Diário Oficial foi o máximo de diplomacia que o Gabinete Civil conseguiu expressar. Foi publicado em portais de notícias locais ontem (17) que houve uma conversa entre Ney e Gladson ontem mesmo e que se chegou a um termo sobre a saída etc. etc. Na verdade, a história não é bem essa. Uma leitura atenta do decreto, por exemplo, percebe que a data de exoneração não foi ontem, nem hoje. Mas dia 14, na sexta-feira.
RIBAMAR
O ponto nevrálgico da saída de Ney Amorim do governo de Gladson Cameli tem nome e sobrenome: José Ribamar. O Chefe da Casa Civil entendeu que a fonte de seu desgaste junto aos parlamentares na Aleac partia justamente de Ney Amorim. Houve discussão acalorada entre Ribamar e Ney. Fontes palacianas parecem ter ouvido inclusive o termo “Canalha!” em alto e bom som.
RISADA MACHADIANA
Tem gente ao lado do governador que não consegue esconder o risinho machadiano no canto de boca. De satisfação, claro. E não é Ribamar.
ROCHA
Como no Brasil (e muito menos no Acre) política não é terreno para amadores, o vice-governador, Wherles Rocha, vai consolidando a imagem de “o articulador” entre o Palácio Rio Branco e a Assembleia.
CONSEQUÊNCIA
E a postura de Ney Amorim já trouxe consequências práticas. O presidente da Aleac, Nicolau Júnior (PP), cancelou ou suspendeu todos contratos herdados da “gestão anterior” da Mesa Diretora da Assembleia. Decisão foi orientada. “Tecnicamente”.
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