Ana Claudia Quintana Arantes fala no livro ‘A morte é um dia que vale a pena viver’: “Quem cuida do outro e não cuida de si acaba cheio de lixo de maus cuidados físicos, emocionais e espirituais. E lixos não servem para cuidar bem de ninguém”.
Esse trecho do livro me despertou reflexões acerca do autocuidado. Como nos dedicamos tanto ao outro e esquecemos de nós mesmos? Como podemos querer dar ao próximo algo que não damos a nós mesmos? Por que nos negligenciamos tanto?
Em meio a esses questionamentos entendi que muitas vezes acreditamos que o autocuidado é sinônimo de prazer imediato. Quem nunca passou o final de semana inteiro, jogado no sofá, comendo besteira e não ligando para mais nada? E mais: acreditou que assim estava cuidando de si? E sim, às vezes, é exatamente disso que precisamos. Ficar dois dias sem fazer e ligar para nada. No entanto, quando isso se torna um hábito, lá na frente colhemos consequências não tão boas: sedentarismo, dor na coluna, algum problema de saúde…. então chego a conclusão que a verdade é que o autocuidado nem sempre será prazeroso. Ele vai ser aquela ida ao médico que postergamos ir por medo, vai ser a reeducação alimentar que achamos horrível porque temos um visão deturpada dela (chamamos de dieta não é mesmo? Abdicar de tudo o que é gostoso), vai ser aquela atividade física que durante a prática pensamos “não vou conseguir terminar”.
É preciso que a gente entenda e pratique o autocuidado desde a camada mais superficial até ao nosso íntimo, pois só assim iremos conseguir cuidar do outro e amar ao próximo DE FATO e de forma saudável.
Agora eu te pergunto: os seus hábitos te libertam do seu sofrimento ou só adiam o processo?