Por Camila Holsbach
“A Lista de Schindler”, filme dirigido por Steven Spielberg, é uma verdadeira obra-prima cinematográfica que nos transporta para os anos sombrios da Segunda Guerra Mundial, quando os alemães nazistas começaram a reconduzir judeus poloneses para o Gueto de Cracóvia. O filme é quase todo em preto e branco, o que demonstra ser não apenas uma decisão meramente estética, mas uma ferramenta poderosa e visceral que amplifica a severidade dos horrores vividos à época.
A história, que aborda o genocídio e o desespero enfrentados pelos judeus, também revela a luz da esperança em meio à tragédia. A transformação de Oskar Schindler, interpretado por Liam Neeson, de um empresário inicialmente egoísta e interessado apenas em lucrar com a guerra a um herói altruísta, é central para a narrativa e faz lembrar da capacidade de compaixão mesmo nas circunstâncias mais sombrias. A profundidade emocional do filme é palpável e a imersão sensorial e sentimental é garantida mesmo para aqueles com corações menos amolecidos ou imunes à emoção.
Uma das sequências mais emblemáticas é a cena inicial da vela acesa, em que um leve toque de cor introduz a efemeridade da vida, simbolizando a transição do mundo colorido para a brutalidade do preto e branco. Essa cena estabelece o tom emocional e prepara o espectador para os temas que serão explorados ao longo da narrativa, temas esses que soam como um verdadeiro soco no estômago.
Como já mencionado, a obra traz assuntos profundos como genocídio, a perversidade humana e a esperança. Uma outra cena indubitavelmente marcante é a da garotinha de vermelho, que se destaca em meio ao cinza. Essa escolha de cor ressalta como a beleza e a doçura precisam se esconder diante de atrocidades – uma realidade que persiste até hoje.
Esta obra não é apenas uma representação do passado, mas um lembrete poderoso da necessidade de aprender com a história, ainda que muitos tentem minimizar os fatos ou mesmo anulá-los.
O filme é amplamente reconhecido, figurando entre os dez melhores de todos os tempos pelo American Film Institute e pela The Hollywood Reporter – além da conquista de sete Oscars. São pouco mais de três horas que fazem valer a pena cada minuto assistido.
