Na última sexta-feira, 24, o Terminal Urbano de Rio Branco foi palco de uma manifestação. Ataildo Lemos, pai do João Miguel, de 7 anos de idade, que sofre com paralisia cerebral, utilizou o espaço público para protestar contra os atendimentos precários que recebe por parte da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
Há cerca de sete meses, ele acionou o Governo do Acre para pedir ajuda na revitalização da cadeira de rodas do filho. Meses depois, entraram em contato para devolver o objeto. Lemos achava que a cadeira estaria consertada, mas foi devolvida em um estado pior, sem o pneu das roda e sem o couro do banco.

“Não era nem para eu estar aqui. É direito do meu filho ter a cadeirinha dele disponibilizada pelo estado, mas essa cadeira eu comprei pedindo dinheiro da população, custou R$ 5 mil. Agora, eu precisei de uma reforma, foi uma equipe lá em casa, levou lá para a oficina ortopédica e, sete meses depois, devolveram sem pneu, sem câmara de ar, sem freio”, explica Ataildo Lemos.
O pai destaca que no último dia 1° de maio, Dia do Trabalhador, o governador Gladson Cameli organizou a Festa do Trabalhador em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, e contratou duas atrações nacionais, porém, o governo não conseguiu restaurar a cadeira de rodas do filho dele.
“Dia 1° de maio eu estava internado com meu filho internado no Hospital da Criança, recebi alta domingo passado. Eu estava lá dentro e o governador pagou um show. Tem dinheiro para pagar show e não tem para arrumar uma cadeira de rodas dessa. Isso é uma falta de respeito com a criança, com quem tem deficiência física”, afirma.
Nota da Fundhacre
Por meio de nota, a Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) informa que tomou conhecimento do caso na última semana e que as providências para assegurar o direito à mobilidade da criança estão sendo tomadas.
Leia a nota na íntegra:
A direção da Fundação Hospitalar Estadual do Acre (Fundhacre) esclarece que tomou conhecimento do caso do paciente João Miguel na última semana e está tomando as providências necessárias para assegurar o direito à mobilidade do paciente, através do conserto de sua cadeira de rodas.
Esclarece, ainda, que está realizando instrução de processo licitatório visando a compra de insumos com a finalidade de abastecer a oficina ortopédica de rio branco, para que esta continue exercendo seu trabalho, fundamental na assistência às pessoas com deficiência na capital e municípios vizinhos.
Com informações do repórter Luan Rodrigo para a TV Gazeta