Um levantamento recente, realizado pelo Programa de Educação Tutorial de Economia da Universidade Federal do Acre (PET Economia – Ufac) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), revelou que as mulheres no Acre recebem, em média, R$271,15 a menos que os homens. Isso equivale a uma diferença salarial de 9,75%.
O professor de economia da Ufac, Rubicleis Gomes da Silva, explica que os dados utilizados na pesquisa são oriundos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável por conduzir a PNAD Contínua trimestralmente em todos os estados brasileiros. “O que nós divulgamos é parte do resultado que essa pesquisa disponibiliza. Existe um banco de dados, e nós acessamos esse banco do IBGE para realizar a tabulação específica do estado do Acre”, esclarece.
A amostra utilizada para o estado acreano contempla cerca de 9 mil domicílios, enquanto, em nível nacional, a pesquisa abrange aproximadamente 180 mil lares. O objetivo do levantamento é identificar a existência de disparidade salarial entre homens e mulheres nos estados brasileiros.
Segundo Rubicleis, a diferença de 9,75% observada no Acre no quarto trimestre de 2024 está entre as menores do país, mas essa variação oscila ao longo dos trimestres. “Há períodos em que a diferença salarial entre homens e mulheres no Acre é quase zero, mas em outros momentos ela aumenta um pouco. Isso segue uma dinâmica própria para cada trimestre”, afirma o economista.
O estudo, no entanto, não buscou identificar as razões específicas para essa desigualdade. O professor destaca que diversos fatores podem influenciar a disparidade salarial, incluindo diferenças regionais. “Nos estados mais ricos, das regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, a diferença salarial entre homens e mulheres é bem mais elevada do que nos estados mais pobres”, pontua.
Com isso, segundo o professor, apesar da constatação da desigualdade, não há, a curto prazo, medidas eficazes, seja no mercado de trabalho ou em políticas governamentais, que reduzam significativamente essa diferença de rendimentos entre gêneros.
Com informações da coluna Banzeiro Econômico, para o site Agazeta.net.