Foi ali que nasceu a Revolução Acreana
Porto Acre, a 61 quilômetros da capital, guarda momentos importantes da história. Até poucos mais de 100 anos, o local foi um entreposto boliviano na cobrança de impostos sobre a borracha que passava pelo rio Acre e seguia para os portos de Manaus e Belém.
Próximo dali estava localizado o seringal Bom Destino. O coronel Joaquim Victor era o proprietário das terras. A casa construída em plena floresta amazônica mostra a grandiosidade do período da borracha.
A residência de Joaquim Victor serviu como espaço para diversas reuniões e um só objetivo: anexar a região ao território brasileiro. Foi ali que nasceu a Revolução Acreana. Atualmente, o casarão é considerado patrimônio histórico. Ele guarda fotos e objetos da época.
O seringal serviu como uma espécie de quartel general do exército de Plácido de Castro. Sangrentas batalhas também aconteceram no local. Uma trincheira permanece intacta até hoje. Diversos corpos de soldados foram enterrados em uma cova coletiva.
O lugar rico em história não poderia ficar isolado na floresta. Há alguns anos, uma pousada foi erguida no Bom Destino. Os quartos dos chalés estão equipados com ar-condicionado, televisão e banheiro. Além do contato com a natureza preservada.
A caminhada por uma estrutura de madeira rodeada de árvores leva até a piscina natural. A água cristalina brota dali mesmo e está pronta para beber. Por alguns momentos é possível esquecer o stress da vida urbana. Apesar de toda a estrutura, o espaço não está aberto ao público.
O empreendimento funciona em forma de concessão pública, mas nenhuma empresa administra a pousada. Além disso, existem problemas no fornecimento de energia elétrica. Principalmente neste período que as chuvas são constantes na região.
Leonildo Rosas, secretário estadual de Turismo, visitou o Bom Destino. Segundo ele, a intenção é reativar a pousada ainda este ano. “Aqui está preparado para receber o turista. Mas a gente precisa encaminhar alguns projetos para fazer mini arvorismo, escaladas e passeios monitorados”, enfatizou.
Um representante do programa ‘luz para todos’ também esteve no local. “Vamos sugerir a Eletroacre colocar um cabo subaquático no modelo que é feito em Rodrigues Alves. Por incrível que pareça, a energia passar por dentro da água”, argumentou Alberto Fernandes.
A turismóloga Luciana Rufino diz que já existe um planejamento para o retorno das atividades da pousada. “Estamos pensando em estruturar novas propostas de roteiros com atividades educacionais, privilegiando grupos de estudantes e até crianças”, finalizou.