Sem conseguir diálogo com o governo, os professores em greve buscam apoio de aliados. Os trabalhadores esperam que os deputados intervenham para reabrir as negociações com a Secretaria de Educação. Desde 2021, o governo reduziu de 10% para 7% o valor de referência pago aos professores.
Apesar das promessas anuais de restabelecimento dos 3% retirados, a perda acumulada pode chegar a R$2 mil mensais. Ao longo dos últimos anos, alguns professores com grau de mestrado chegaram a perder até R$80 mil. Agora, os trabalhadores exigem a restituição desse montante.
“Estamos há dois anos lutando para recuperar nossos 10% de referência, e até agora isso não aconteceu. Nos acusam de radicalização, mas é o tempo de espera que nos impacienta. Estamos tentando fechar pautas que o secretário tem apenas enrolado e não resolvido. Um exemplo é a reformulação do PCCR, que nem demanda recursos financeiros, apenas regulamenta itens que estão sendo pagos e precisam constar na lei do PCCR”, afirma Rosana Nascimento, presidente do sindicato da educação.
A greve foi decretada na sexta-feira (10), e, segundo o sindicato da categoria, 120 escolas em todo o estado aderiram ao movimento. A expectativa é que a mobilização ganhe força nos próximos dias, especialmente diante do silêncio do governo.
O grupo também espera que a comissão de educação da Assembleia Legislativa consiga ao menos abrir um canal de diálogo com a Secretaria de Educação. No entanto, como a maioria dos parlamentares é da base do governo, a greve não encontra apoio no legislativo, e muitos deputados têm ignorado as reivindicações dos professores.
Matéria produzida pelo repórter Adailson Oliveira para a TV Gazeta.