Pesquisa pretende avaliar a eficácia dos Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA)
A Renda da Floresta é um programa desenvolvido a partir dos trabalhos das pesquisadoras Julie Subervie e Gabriela Demarchi, que pretende avaliar a eficácia dos Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) na redução do desmatamento na Amazônia brasileira, a fim de reduzir as emissões de carbono e diminuir os efeitos das mudanças climáticas.
O local escolhido para a implementação do estudo foi a região do Vale do Juruá, no interior do Acre. O estudo é financiado pelo Institut national de la recherche agronomique (Inrae), um instituto francês de pesquisa em agronomia e meio ambiente, e conta, como parceiros brasileiros, como a Universidade de São Paulo (USP) e a SOS Amazônia, ONG de conservação ambiental com vasta experiência e atuação no Acre.
Com o apoio e logística da SOS Amazônia, as equipes do projeto trabalharam por cinco meses em campo e puderam chegar a 460 propriedades rurais, a maioria em locais de difícil acesso nos municípios de Tarauacá e Feijó. Em muitos desses lugares, só foi possível chegar de barco ou de quadriciclo, quando o inverno transforma os ramais em verdadeiros lamaçais.
Das 460 famílias cadastradas, cerca de 220 foram selecionadas e firmaram um acordo voluntário para receber valores em dinheiro se mantiverem o remanescente de floresta de suas propriedades em pé por um período de 12 meses. O desmatamento pré e pós-pagamento será mensurado por meio de dados de sensoriamento remoto fornecidos pela Agência Espacial Europeia.
A expectativa é que os resultados do estudo forneçam evidências robustas sobre os impactos de programas PSA e que possam orientar políticas de redução do desmatamento e diminuição das mudanças climáticas em todo o mundo.