Disputa pelo governo do Acre promete ser a mais acirrada dos últimos anos
Pelo calendário eleitoral, o prazo para a realização de convenções partidárias chegou ao fim na última segunda-feira, 30. A partir de agora, o cenário para a disputa do governo acreano está definido.
Quatro nomes estão foram postos ao eleitor: Antônio Rocha(PSOL), Marcio Bittar(PSDB), Tião Bocalom(DEM) e Tião Viana(PT). Agazeta.net faz uma análise dos candidatos que querem governar o estado pelos próximos quatro anos.
Antônio Rocha
O servidor público Antônio Rocha, do Partido Socialismo e Liberdade, é o nome menos conhecido entre os candidatos. Prova disso está nas pesquisas de intenções de voto. Em nenhuma realizada até o momento aparece o nome dele.
Rocha não é ‘aventureiro de primeira viagem’. Ele já se candidatou aos cargos de prefeito e vereador de Rio Branco. Ser uma opção alternativa ao eleitor é o que o candidato está proposto a ser nestas eleições.
Capturar os votos indecisos e brancos/nulos é a estratégia para surpreender nas urnas. O partido, que decidiu não se coligar a outras siglas, vai ter pouco mais de dois minutos de propaganda no rádio e TV.
Danis Cleia é a candidata a vice-governadora e Fortunato Martins ao Senado. Antônio Rocha deixa claro que é favorável a uma nova política. Por isso, promete fazer campanha baseada em propostas e disse não aceitar dinheiro de empresários para financiar a estrutura que o candidato precisa durante o pleito.
Marcio Bittar
Na última eleição, Marcio Bittar foi o deputado federal mais bem votado pelo Acre. Foram mais de 40 mil votos. Os números expressivos chamaram atenção e foram fundamentais para a decisão de disputar o governo do Acre quatro anos mais tarde.
Esta é a segunda vez que Bittar concorre ao cargo. Em 2006, ele foi vencido por Binho Marques(PT). Dois anos antes, Marcio disputou a prefeitura de Rio Branco e perdeu para o também petista Raimundo Angelim.
Agora, Bittar afirma que o cenário é outro. Com a Frente Popular há mais de uma década a frente do executivo estadual, a população clama por mudança. Além disso, a ‘Aliança por um Acre melhor’ conseguiu reunir onze partidos.
A coligação vai ter o maio tempo de mídia no Acre. Serão onze minutos, quase o dobro do estipulado pela FPA. Marcio promete apresentar o mais ousado plano de governo para surpreender o eleitorado. A vice na chapa é a deputada estadual Antônia Sales(PMDB) e Gladson Cameli, do PP, o candidato ao Senado Federal.
Tião Bocalom
Entre todos, Tião Bocalom é o mais ‘persistente’. Desde 2006, ele disputa cargos majoritários(prefeitura de Rio Branco e governo do Acre). Em todas, o ex-prefeito de Acrelândia saiu derrotado.
A maior façanha veio em 2010. Na disputa pelo Palácio Rio Branco, a última pesquisa de intenções de voto apontava que ele teria 35%. Após a abertura das urnas, a surpresa. Bocalom obteve 49,5% e assustou o principal adversário e atual governador, Tião Viana(PT).
Desta vez, Tião Bocalom é candidato pelo Democratas. A aliança é menor, se comparada a outros pleitos, mas o professor de matemática aposta na memória eleitoral para surpreender e até vencer a disputa ainda no primeiro turno.
As pesquisas colocam Bocalom em terceiro lugar. Ele se diz a maior vítima, principalmente , dos grandes institutos de opinião. Com o discurso do ‘Produzir para empregar’, o ex-prefeito segue para mais uma disputa ao lado de Henrique Afonso(PV) como vice e Roberto Duarte Júnior(PMN) concorre a vaga de senador da República.
Tião Viana
O atual governador segue como o principal nome da disputa. Em todas as pesquisas, ele aparece em primeiro lugar, em algumas, inclusive, venceria ainda no primeiro turno. Os feitos durante o mandato vai ser o carro-chefe durante a campanha.
Programas como: Ruas do Povo, Cidade do Povo e Complexo da Piscicultura serão explorados e também os grandes puxadores de voto. Tudo isso aliado ao discurso que com a oposição no poder, o estado pode voltar ao caos do passado.
Além da reeleição, a aposta da Frente Popular para estas eleições é a presença feminina. Nazareth Araújo(vice) e Perpétua Almeida(senado) compõem o quadro de candidaturas majoritárias.
Mesmo com o governo bem aliado, Viana não esqueceu de 2010. Por isso, marcou presença em todos os municípios ao longo do mandato. Principalmente no Juruá, região que a FPA mais encontra dificuldades para vencer. Humildade vai ser a palavra da vez no partido que enfrenta o desgaste natural e que ao mesmo tenta se reinventar para sair vitorioso em outubro.