Autoridades afirmam que situação ainda é de normalidade
Nível do Rio Acre continua a subir, mas continua longe da cota de alerta que é de 13 metros e 50 centímetros. A defesa civil continua monitorando as áreas de risco, mas afirma que a situação ainda é de normalidade.
Segunda a defesa civil, até hoje, choveu em Rio Branco, 45 % das águas previstas para o mês. Na última quarta-feira, 8, foram 90 milímetros de chuva, desse volume 75%, em pouco mais de uma hora.
O nível do rio Acre está sendo constantemente monitorado. De ontem para hoje, subiu mais 1 metro e setenta centímetros. Já ultrapassou os 9 metros. “De janeiro a abril chove bastante na região, mas de acordo com o planejamento do sistema de defesa civil municipal deve estar preparado para fazer frente à essas ocorrências”, disse o coordenador da defesa civil de Rio Branco, Tenente Coronel George.
Os locais mais críticos de acordo com o coordenador da defesa civil estão sendo monitorados. Nenhuma família precisou ser removida ainda. Mesmo com prejuízos em alguns pontos da capital, a situação para a coordenação é considerada normal.
Famílias que moram em área de risco pedem providências
Na região do São Francisco, o igarapé está subindo e dezenas de casas estão em perigo. Na grande Sobral, uma família está diante de uma cratera e teme que com as chuvas o problema se agrave.
Às margens do Igarapé São Francisco, no Bairro Edson Cadaxo dezenas de famílias residem em becos. Fora as condições precárias do local invadido, as mães, pais de família, temem que as águas venham trazer mais uma vez prejuízos.
No ano passado, a comunidade de mais ou menos 150 pessoas foi atingida pela cheia do Igarapé, que fica há poucos metros das casas. Algumas famílias foram removidas do local. Outras insistiram e permaneceram colocando em risco a própria vida. Ana Cláudia segura a recém nascida e fala do medo que sentiu ontem, com a intensidade da chuva. “A gente vive atormentado e com medo. A gente vive aqui por que não tem opção”, lamenta.
Esta é a mesma condição do repositor de supermercado, Elias da Silva. Ele não optou por morar no local. Mesmo com riscos, é a moradia que a família conseguiu. “Aqui as famílias são pobres. A gente mora num canto que só Deus para socorrer”, disse.
A situação de todos é delicada, mas duas casas ficam há menos de um metro do Igarapé. Ontem o barranco começou a se movimentar. O pé de coco está seguro com um amontoado de terra que ainda resiste. “No mês passado veio a defesa civil, os Bombeiros, mas não aconteceu nada. A gente liga pra eles agora, dizem que estão vindo e nunca aparecem”, disse a desempregada Ana Cláudia Miranda.
Sem exceção, os moradores da área de risco pedem outro local para morar. Afirmam que já se inscreveram em programas habitacionais, mas ainda estão a espera. Caso por exemplo, de Rosa Rocha, que está desempregada e mora na casa com vários problemas, com os três filhos. Sobrevive apenas do bolsa família. “A casa está cheia de goteiras, quase caindo”, afirma.
Moradora de casa ao lado de cratera pede atenção da Defesa Civil
Na rua Campo Novo, bairro Airton Sena, uma cratera se abriu e de longe parece que está a ponto de engolir uma casa. O enorme buraco se formou depois que iniciaram obras de construção de uma ponte. Seria a terceira ponte da capital, lançada no governo de Orleir Cameli, que ligaria pelo rio Acre, os bairro Airton Sena e Taquari.
Ontem, os moradores assistiram a chuva cair, com os olhos atentos ao barranco. Ele se movimentou e fez com que a autônoma Maria Santana pedisse socorro a defesa civil. “Já procurei a defesa civil, disseram que iam passar o problema para a Emurb mas até agora nada. Nós estamos preocupados”, disse.mora na casa há 10 anos, com irmã, filhos e netos. Sabe do risco que todos correm. Ela não quer sair do local, a menos que não tenha outra opção. A família pede ao poder público uma solução ao problema.