Em participação no programa Gazeta Entrevista na quinta-feira (26), o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, abordou temas delicados como as denúncias em processos licitatórios, desafios estruturais na saúde pública e os planos para 2025. Durante a entrevista, ele também reforçou o combate às epidemias de dengue e Covid-19 no estado.
O secretário esclareceu as denúncias de sobrepreço em aquisições realizadas pela Fundação Hospitalar, detectadas em gestões anteriores. Segundo Pascoal, a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que o litro de álcool adquirido estava acima do preço médio nacional, que era de R$ 6,60, enquanto a Sesacre havia licitado o mesmo produto por R$ 5,53.
“Assim que identificamos o problema, optamos pelo cancelamento do contrato e glosamos os valores entregues recentemente para abater do apontamento”, afirmou. Ele destacou que a Fundação possui autonomia administrativa e financeira, mas ressaltou a parceria com a Secretaria de Saúde para garantir ações alinhadas.
Entre os desafios para 2025, Pascoal destacou a ampliação das cirurgias eletivas e a descentralização da saúde, fortalecendo as regionais para evitar a necessidade de deslocamento de pacientes para a capital. Em 2024, mais de 14 mil cirurgias eletivas foram realizadas, e a meta é expandir esse número, especialmente para pacientes ortopédicos e oncológicos.
Sobre o Hospital de Brasileia, o secretário reconheceu o potencial como referência regional, mas ressaltou a dificuldade em atrair especialistas. “É uma estrutura magnífica, com condições de se tornar um hospital regional para atender não só a região, mas também pacientes do Peru e Bolívia, dado o caráter universal do SUS”, afirmou.
Casos de Dengue e Covid
Com o início do período chuvoso, o Acre registrou 5.240 casos notificados de dengue, incluindo 20 pacientes com sinais de alerta e um óbito em Cruzeiro do Sul. Pascoal anunciou a ativação do plano de contingência e a ampliação de salas de hidratação nas unidades de saúde municipais.
Ele também alertou para o aumento dos casos de Covid-19, embora sem gravidade significativa. “Graças à vacina, não temos pacientes graves, com necessidade de internação em UTI, como na pandemia”, explicou, pedindo o engajamento da população na vacinação e no combate ao mosquito transmissor da dengue.
Pascoal também destacou avanços como a implantação de UTIs, ressonância magnética e oncologia em Cruzeiro do Sul. Em janeiro, será inaugurada a sala de infusão para quimioterapia, evitando que pacientes precisem se deslocar para a capital.