Participação da família é o grande diferencial, diz secretário
A Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco (SEME) planeja dobrar o número de turmas do programa Asinhas da Florestania nos próximos meses e ampliar a atenção ao ensino rural. Nesta sexta-feira, 18, por exemplo, o vice-prefeito e secretário de Educação, Márcio Batista, esteve na comunidade Riozinho/Caipora, no KM 27 do Ramal Riozinho do Rôla, onde acompanhou atividades da Coordenação de Ensino Rural da SEME no âmbito do programa Prefeitura na Comunidade. A escola Nova Esperança, dirigida por Maurília da Silva, sediou o programa, um dia inteiro de atividades médicas, informativas, educacionais e de lazer. Essa escola não tem o Asinhas da Florestania, mas Márcio Batista planeja implantar o programa naquela região. Há demanda dessa ação de parte da comunidade: “Ouvi falar do Asinhas e vi que é muito importante nós termos aqui”, disse José Ani Oliveira Lima, presidente da Associação Paralelo de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.
A proposta pedagógica do Asinhas é voltada para o ensino infantil, atendendo crianças de 4 a 5 anos de idade que se encontram em comunidades de difícil acesso, regiões de floresta e locações ribeirinhas. O Ramal do Riozinho corta o projeto de Assentamento Moreno Maia, de 22 mil hectares, onde vivem 600 famílias que trabalham com pecuária intensiva e produzem muita banana e farinha de mandioca –algo em torno das 20.000 toneladas anuais. O ramal que dá acesso tem parte asfaltada e parte piçarrada, o que garante o trânsito mesmo no inverno mais pesado.
É nesse contexto que o programa deve ser implantado. A proposta pedagógica do Asinhas é estruturada em seis módulos, com 20 encontros, nos quais cada agente de educação atende 10 famílias, sendo “dispersão geográfica” o critério usado para definir o número de famílias por agente, trabalhando eixos temáticos como “artes”, “linguagem verbal”, “conhecimentos da natureza” e “conhecimento matemático”.
Com Asinhas, aluno chega ao ensino fundamental bem mais preparado
A SEME mantém uma rede de doze escolas rurais. A coordenadora de Ensino Rural, Zeneide Souza da Silva reafirmou que consta do planejamento da Secretaria em potencializar o Asinhas da Florestania, que hoje tem dez professores. “Há diferença grande entre aqueles que chegam ao ensino fundamental e passaram pelo Asinhas com os que não passaram”, disse Zeneide.
A criança começa o Asinhas com quatro ou cinco anos e ao chegar aos seis continua seus estudos no ensino fundamental. Há turmas no Quixadá e na Transacreana. O professor do Asinhas recebe gratificação por trabalhar em área remota (15% e 30% a mais no salário, que em alguns casos chega perto dos R$4 mil/mês).
O secretário Márcio Batista foi um dos que lutaram muito para que o Asinhas da Florestania fosse implantado em Rio Branco e agora pretende atuar fortemente a educação rural.
Participação da família é o grande diferencial
Há professores que preferem montar sua escolinha no quintal da casa da hospedeira do programa Asinhas da Florestania. Um cobertor sobre um plástico instalado debaixo de árvores, quando o tempo ajuda, serve de sala de aula. Em geral, os professores preferem usar a varanda ou a sala das casas. O envolvimento das famílias no processo de aprendizagem é o diferencial do Asinhas.
“O Asinhas é a pré-escola na zona rural”, disse Lucileide Fernandes Cavalcante, supervisora do programa. Concebido pelo educador Binho Marques, ex-governador do Acre, o Asinhas da Florestania seguirá sendo fortalecido no município de Rio Branco. Começou em 2009 com 59 turmas e hoje conta com 113. Há situações em que o Asinhas estimula inclusive adultos retomarem os estudos.