Do mês janeiro a junho do ano passado, foram 1.149 registros, sendo que 30,4% apresentaram o quadro grave
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) divulgou, nesta quinta-feira (16), um levantamento que indica um aumento no número de atendimento à crianças no Pronto Socorro de Rio Branco em 2022.
Se comparado a 2021: do mês janeiro a junho do ano passado, foram 1.149 registros, sendo que 30,4% apresentaram o quadro grave, no mesmo período deste ano, são 1.491 atendimentos, 39,7% evoluíram para grave.
A gestão da saúde estadual ainda apresentou dados que mostram ampliação de 81% na oferta de leitos pediátricos no Acre em 2022: de 69 para 125, além dos 90 leitos no Instituto Nacional De Traumatologia e Ortopedia (Into).
De acordo com a mostra da Sesacre, é indicado a existência de outros 35 leitos no Pronto Socorro de Rio Branco, entre enfermaria, semi-intensivo e UTI.
“Decidimos usar o hospital de campanha, e uma parte do Into. Dessa forma, trouxemos as enfermarias pra cá, conseguimos ampliar também no Pronto Socorro, com essa ação nós conseguimos ampliar em 110%, o número de leitos da UTI que já vínhamos trabalhando isso. Estamos passando um período sazonal, que todo ano tem o aumento da síndrome respiratórias, então, assim, é esse período no nosso Acre, consequentemente, conseguimos aumentar em 110% os leitos de UTI”, afirma a Secretária Estadual de Saúde, Paula Mariano.
Perguntada se a estrutura será mantida quando a crise passar ou ser amenizada, a secretária respondeu.
“Dentro comitê a gente vai fazer a análise epidemiológica e das medidas que estão sendo realizadas, e vendo a necessidade de maiores intervenções caso necessário”, concluiu a secretária.
Dessa forma, existem agora, 20 leitos de UTI em Rio branco. Até então, havia nove leitos de UTI pediátrica em todo o estado, somente depois da dor de Sarah Vitória, mãe de Enzo Gabriel, de dois anos, assim como Joelma Dantas, mãe de Théo Dantas, de apenas 10 meses, que tiveram os filhos levados a óbito, devido a crise causada pelas síndromes respiratórias no Acre. Enzo, Théo e outras sete crianças morreram entre maio e junho.
“Fui Pronto no Socorro, e em seguida fizeram os exame nele, aí constou que ele estava com bactéria no sangue e também com pneumonia grave. Eu quero justiça, porque não tem equipamentos no Pronto Socorro, a secretária de saúde falou que tem, e não tem, estavam todos lotados, não tem medicamentos para as criança. Eu vou até o final por negligência médica, meu filho morreu com negligência médica, que ele não ele não mereceu nem fazer uma escuta pulmonar nele. Quando chegamos a UPA, meu filho fez os exames e não estava com verme parasitose intestinal, deu negativo”, conta a mãe Sarah.
“No hospital meu filho evoluiu muito rapidamente, foi necessário um sulfato de magnésio que não tinha. Em novembro de 2021, a Fiocruz avisou que estava acontecendo uma síndrome gripal em criança muito grave, além disso, no dia 2 de maio, o doutor Guilherme Pulici, que é presidente do regional de medicina, alergista pediatra. Falam que só médico tem propriedade para falar, sou fisioterapeuta, mas eu sou mãe, e quem é mãe, conhece o seu filho, conhece as doenças da infância, conhece tudo isso. Então, não teve preparação para isso, prepararam os hospitais para covid-19, os hospitais de campanha, criaram uma série de UTIs, porque que desativaram? É obrigação do deputado fiscalizar o executivo. Cadê o dinheiro que sumiu, eu não quero saber quem roubou, eu quero saber o porque que o dinheiro não foi aplicado. Os nossos filhos morreram por negligência”, afirma a mãe de Théo Dantas.
Com informações de Márcio Souza Para TV Gazeta