Lojistas do shopping Via Verde sacrificam margem de lucro para manter o abastecimento de produtos. Principalmente franquias da praça de alimentação estão pagando por transporte aéreo de mercadorias, para não deixar o cardápio vazio.
As consequências da cheia do rio Madeira para o comércio varejista do Acre ainda não podem ser contabilizadas. Os prejuízos estão nas vendas que não foram fechadas devido a falta de mercadorias, em diversos ramos comerciais. No shopping Via Verde, os lojistas franqueados por exemplo, para minimizar as dificuldades e não deixar faltar produtos, sacrificam a margem de lucro. O transporte aéreo foi adotado como medida emergencial e está garantindo o estoque de mercadorias.
Para Valmiro Carvalho do ramo de alimentação, esse foi o plano B adotado para enfrentar a situação. “Nossos caminhões chegam quinzenalmente, a partir do momento em que não conseguimos mais tráfego via terrestre tínhamos que partir para outro plano por que todos os nossos produtos vêm de São Paulo e a franquia não permite usarmos produtos locais. Partimos então para trazer via aérea”, conta.
Foi a mesma estratégia usada pela franqueada Euri Bestene. Quando ela percebeu a falta de algumas opções no cardápio, preferiu pagar mais caro pelo transporte. A carga por avião fretado custa de 25 a 30% a mais. “Por sermos franquia possuímos preço tabelado. Não podemos ter acréscimo em cima dos produtos, então isso vai repercutir em cima do nosso resultado líquido”, explica.
Segundo a gerente de uma loja de presentes, o frete de algumas remessas de mercadorias chegam a custar a metade do valor da compra.
A dona de casa Janaína Nogueira frequentadora do shopping percebeu a falta de algumas mercadorias. “Roupa com pouca numeração, sapatos, que estão em Porto Velho ainda. O ovo de páscoa até poucos dias não tinha”, afirma.
Segundo a direção do Shopping Via Verde nem todos os lojistas tiveram problemas com o desabastecimento de produtos e também não houve de forma geral grande impacto nas vendas. Contudo a preocupação de todos, é com o tempo que ainda pode levar para que o trânsito na BR 364 seja normalizado.
Para o gerente geral do shopping, Jean Pierre Hass, as alternativas buscadas pelos franqueados e também o grande estoque que algumas redes já tinham antes do fechamento da BR, garantiram situação normal para o histórico de vendas de todo centro comercial. “Apesar de reconhecermos e sabermos que tem lojas que estão com dificuldade de reabastecimento os números do shopping estão dentro da nossa expectativa tanto em vendas quanto em fluxo de pessoas e veículos” afirmou.