Para moradores, construção de barragens contribuiu para cheia do Madeira
Transitar pela BR 364 durante a maior cheia da história do rio Madeira virou sinônimo de aventura. Por isso é preciso redobrar a atenção para não ser surpreendido no caminho. Tudo começa na balsa que liga o Acre ao restante do país.
A água avançou cerca de 200 metros de distância do local que é considerado normal para este período do ano. Em uma das margens, a ancoragem da embarcação só é possível graças ao improviso.
Para o embarque e desembarque de veículos, a empresa responsável pela balsa utiliza brita para criar passagem em meio a água. Por causa disso, a capacidade de transporte, por travessia, foi reduzida.
Cerca de 500 metros após a balsa, um trecho da pista já está encoberto pela água. Até o distrito de Jacy-Paraná são, pelo menos, quatro pontos de alagamentos. No mais crítico, a profundidade chega a meio metro. A passagem de veículos é feita com muita dificuldade.
Caso o nível do rio continue em elevação, o trecho pode ser interditado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre, Dnit. “Passo por aqui desde 1988, nunca tinha visto uma situação como esta”, declarou o carreteiro Valdir Pereira.
A ponte sobre o rio Jacy-Paraná também está em monitoramento. A estrutura apresenta algumas rachaduras. Morador da região há mais de 50 anos, o taxista Jerônimo Dola se diz surpreso com a enchente. “Tudo isso aconteceu após a construção das barragens no rio Madeira”, comentou.
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