Uma chacina que deixou três mortos aconteceu no bairro Cidade do Povo, na madrugada desta quinta-feira (27), por volta das 3h. Nove homens armados invadiram uma casa onde estavam quatro pessoas. Com uma ação rápida e brutal, eles dispararam contra três dos homens que estavam na residência, matando-os instantaneamente. Uma mulher, que estava no local, foi poupada pelos criminosos e não sofreu ferimentos.
A ação dos criminosos foi rápida e violenta: eles quebraram a porta da casa e, em questão de minutos, abriram fogo contra as vítimas. A polícia chegou ao local poucos minutos após o ocorrido, mas, devido à dinâmica do crime, não foi possível capturar os responsáveis imediatamente. Segundo informações da polícia, a dificuldade em desvendar esses casos está relacionada ao silêncio da população, que teme represálias das facções que dominam a região.
O Instituto Médico Legal (IML) chegou ao local para fazer o recolhimento dos corpos, enquanto as equipes da Polícia Militar e Polícia Civil começaram a investigar o crime. Imagens da operação mostram a movimentação dos agentes e a busca por pistas que possam ajudar na identificação dos autores. Agora, a investigação fica a cargo da Delegacia de Homicídios, que irá trabalhar para tentar desvendar o que motivou o massacre.
A tensão no bairro Cidade do Povo é reflexo de uma guerra entre organizações criminosas, que até pouco tempo atrás eram aliadas, mas hoje disputam o controle das quadras do local. Essa disputa pela hegemonia deixa a comunidade em um clima constante de medo, já que os crimes não afetam apenas os membros das facções, mas também as famílias inocentes que vivem na região.
O delegado Alcino Júnior, à frente das investigações, explicou as dificuldades que a polícia enfrenta ao investigar crimes na Cidade do Povo. “É uma situação muito complicada. A população tem medo de colaborar com a polícia, e isso torna o trabalho mais difícil. Mas pedimos que as pessoas usem o canal de denúncias, como o 181, para nos ajudar. Muitas vezes, as pessoas confiam nas lideranças das facções, mas essas mesmas lideranças podem se voltar contra elas no futuro. A população precisa entender que a polícia é a única forma de resolver essa situação”, afirmou.
Alcino Júnior ressaltou a repressão das organizações criminosas na região, o que dificulta a comunicação e a colaboração com a polícia. “A população vive oprimida por essas organizações, e é um desafio grande conseguir informações. Mas, sem a ajuda da comunidade, é muito mais difícil esclarecer casos como esse”, completou.
A Cidade do Povo vive em uma constante guerra, onde a disputa entre facções toma o lugar do Estado. A ausência de serviços públicos adequados e a falta de presença efetiva do poder municipal e estadual agravam ainda mais a situação. Enquanto a polícia segue investigando o crime, a comunidade aguarda por uma resposta que traga paz e segurança a uma área marcada pela violência.
Com informações do repórter Adailson Oliveira para TV Gazeta