Manutenção do poder: partidos adotam retórica da renovação
Vem de São Paulo o início de um movimento que deve influenciar todo o país. Ao menos quatro partidos políticos (PT, PCdoB, PSol e PSTU), aliados a movimentos sociais e populares, devem criar uma Frente Nacional de Esquerda.
A sugestão de criação desse movimento partiu de Luiz Inácio Lula da Silva, como informa a edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, que lembra a divulgação de um vídeo em que o ex-presidente fala em “reorganizar” a relação com os movimentos de esquerda “se o PT quiser continuar governando o Brasil”.
Já estão previstas uma série de ações desse movimento já para o início do ano. Com a retomada dos trabalhos no Congresso, a primeira ação prevista é fortalecer o coro pela cassação do mandato de Jair Bolsonaro (PP/RJ), por quebra de decoro parlamentar.
Os partidos de Centro/Direita também se mobilizam, fortalecendo os movimentos antigoverno Vem pra Rua e Revoltados On Line. O jornal O Estado de S. Paulo informa que esses grupos já se organizam em torno da estrutura jurídica necessária ao embate com o Governo por todo o país.
Nesse contexto, outro polo se fortalece: a Rede Sustentabilidade volta à missão de coleta de assinaturas em todo o país. A ex-ministra Marina Silva quer tornar o movimento em torno da sustentabilidade em um partido político ainda em 2015.
No Acre_ A avaliação interna do Palácio Rio Branco sobre as eleições de 2014 não difere muito da que é feita pelo ex-presidente Lula. O diagnóstico é velho, inclusive: o longo tempo no poder anestesiou os movimentos sociais e viciou a relação com o Governo.
Uma das missões da Secretaria de Articulação Institucional, criada na gestão do ex-governador Binho Marques e mantida por Tião Viana, é justamente reinventar essa relação entre Governo e movimentos sociais.
No Acre, esse é um desafio grande por conta da agenda desqualificada dos trabalhadores, sobretudo dos sindicatos (exceção feita ao Sindicato dos Médicos cuja pauta que extrapola às questões salariais).
A leitura que o Governo do Acre faz é a de que as “apertadas” vitórias da Frente Popular, em boa medida, são resultado dessa relação desgastada com os movimentos sociais. Antes, eram eles que faziam a defesa dos ideais da esquerda local. Nos últimos 16 anos, o poder público fez com que tudo dependesse de nomeações ou assinaturas de convênios.