O Acre tem conquistado um lugar de destaque no cenário esportivo nacional, ao emergir como uma potência em diversas modalidades. Do futebol à luta regional, os atletas do estado ganham cada vez mais reconhecimento no país.
Um dos grandes nomes que o Acre tem no esporte é a capoeirista Bruna Fiuza, mais conhecida como ‘Bu’, de 24 anos, que ficou em primeiro lugar na 1ª Copa Internacional de Capoeira, no último dia 21 de maio, em Madureira, no Rio de Janeiro.
Natural de Rio Branco, em entrevista ao site Agazeta.net a jovem detalha como e quando surgiu o amor pela capoeira. Ela conta que o esporte faz parte da vida dela desde os 7 anos de idade e que começou a treinar em um projeto realizado no bairro onde morava.

A primeira competição de Fiuza aconteceu quando ela tinha apenas 9 anos. Depois disso, participou de outras disputas, dentre elas a Competição Capoeira Senzala, Festival Municipal das Artes Marciais e Campeonato de Capoeira Show.
“Comecei a treinar capoeira aos 7 anos de idade em um projeto do bairro onde eu morava. No estado do Rio de Janeiro é o primeiro campeonato que eu participo. No Acre, já havia disputado outros cinco campeonatos, onde quatro deles eu fiquei em 1° lugar”, relembra a capoeirista.
‘Bu’ explica, ainda, como correu a chegada à final da 1ª Copa Internacional de Capoeira, onde pôde se consagrar campeã. De acordo com a jovem, que também é professora do esporte, a competição reuniu representantes de outros estados e países.
“A Copa Internacional de Capoeira foi um campeonato que reuniu capoeiristas de vários estados e países, como os Estados Unidos. Foi onde cada um pôde demonstrar suas habilidades em uma série de confrontos. Tivemos os Jogos de Angola, Jogo de Dentro, Iúna e São Bento Grande de Bimba. O capoeirista que tivesse o maior desempenho iria passando de fase até a grande final e a conquista do troféu de campeão”, pontua.
Me sinto muito feliz em poder representar a capoeira do Acre em uma competição internacional. Sair campeã dela mostra o quanto estamos no caminho certo.
Principais desafios
Segundo Bruna Fiuza, a maior barreira que enfrentou durante a competição foi na categoria ‘Absoluto’, pois não havia distinção de idade, peso, altura ou graduação e teve como adversária uma competidora com uma estatura superior a dela.
“A categoria Absoluto na qual disputei não tem distinção de idade, peso, altura ou graduação. Logo quando foi apresentada a quem seria minha oponente tivemos que treinar o tempo e espaço, pois ela era uma adversária com uma altura muito superior a minha. Mas com ajuda do coach e dos treinos, chegamos lá preparados para trabalhar isso dentro dos jogos”, pontua.

Além disso, a competidora destaca o quanto a capoeira ainda é marginalizada até os dias de hoje, algo que torna o esporte mal visto por grande parte da sociedade. Afirma também que os profissionais precisam ser abraçados pelo Poder Público e ganhar reconhecimento.
“A capoeira durante muito tempo foi discriminada. Não que ainda não seja, porém precisamos que ela seja mais abraçada pelo Poder Público. Ela precisa estar presente nas escolas, pois a capoeira é cultura e educação. Os profissionais de capoeira precisam ser reconhecidos, precisam de apoio”, salienta.
“A capoeira tem distinção, a capoeira é para todos. Ela surgiu através da resistência desde o tempo da escravidão, e ela resiste até os dias de hoje. Lutando contra a desigualdade, os preconceitos. Lutando pelos direitos e por um país melhor”
Preparação
Em uma disputa como essa, ter uma equipe preparada e pessoas para apoiarem é de suma importância para o competidor. ‘Bu’ deixa claro que não teria conseguido sem o apoio dos professores, amigos e, principalmente, da esposa.
“Eu tive ao meu lado pessoas que fizeram total diferença para a conquista de campeã, sendo esses minha esposa, meu coach, professora Pantera e toda a torcida da galera do projeto educa mais capoeira e os amigos”, conta.
“O grande diferencial foi trabalhar todo o meu jogo dentro do regulamento da competição, e respeitando o que os avaliadores gostariam de avaliar dentro dos jogos”

Próximo objetivo
Bruna Fiuza tem como objetivo na carreira chegar a maior competição de capoeira do mundo, o Volta do Mundo Bambas (VMB). Para isso, ela tem um lema de vida que é de nunca desistir dos sonhos, assim como incentiva outras pessoas a fazerem o mesmo.
“Nunca desistam dos seus sonhos, treine, estude e jamais deixe que alguém te proíba de viver o seu sonho. Vai lá e conquiste, você pode. Eu acredito em você”, finaliza.