Guilheny Abramoski, de 22 anos, eleita Miss Universo Rio Branco 2023 e graduada em Gestão de Recursos Humanos, viveu um momento traumático na última segunda-feira (18). A jovem relata que foi vítima de agressão física por parte do companheiro, o empresário Nasser Chami, em casa, no bairro Village Maciel, em Rio Branco.
A agressão, segundo ela, ocorreu durante uma crise de ciúmes de Chami, desencadeada por uma mensagem que Guilheny recebeu de um amigo nas redes sociais. E que vizinhos, ao ouvirem os gritos de socorro, acionaram a polícia, que prendeu o empresário em flagrante. Após a audiência de custódia, realizada nesta terça-feira (19), ele foi liberado, mas a Miss Universo Rio Branco segue sob medida protetiva.
Em entrevista ao Agazeta.net, Guilheny relatou o trauma vivido e revelou que a violência física foi apenas o ápice de um relacionamento abusivo marcado por violência psicológica e moral.
“Vivi momentos de terror, não gosto nem de lembrar. Só Deus sabe como me senti naquele momento de violência e covardia. Graças a Deus escutaram meus gritos e chamaram a polícia. Já sofri agressões verbais e psicológicas, mas sempre tive medo de denunciar”
A jovem destacou que, mesmo sob proteção legal, ainda vive com medo das possíveis represálias do agressor.
“É muito difícil, ainda não consigo dormir nem comer. Estou com acompanhamento psicológico e tentando seguir minha vida. Tenho medo de sair na rua, de ele mandar fazer algo comigo ou com minha família. Mas é necessário denunciar”

O caso de Guilheny expõe o drama de milhares de mulheres no Brasil. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada minuto uma mulher é vítima de violência doméstica no país. Muitas permanecem em silêncio por medo, vergonha ou dependência emocional, perpetuando o ciclo de abuso.
A Miss Universo Rio Branco fez um apelo às mulheres que enfrentam situações semelhantes:
“Denunciar é difícil, especialmente quando você sente medo, mas é o único caminho para estar ‘segura’ pela lei. Só quero poder viver minha vida novamente”, relatou.
Mulheres que sofrem qualquer tipo de violência devem buscar ajuda imediatamente. Além disso, familiares, amigos e a sociedade como um todo têm um papel fundamental no combate à violência contra a mulher, oferecendo apoio e incentivando a denúncia.
Conheça os principais canais de ajuda:
– Disque 180: Central de Atendimento à Mulher – serviço gratuito e confidencial.
– 190: Em casos de emergência, acione a polícia.
– Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM): Para registrar denúncias e pedir proteção legal.
– CRAS e CREAS: Centros de referência que oferecem apoio psicológico e social.
Também podem entrar em contato com o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.
A coragem de Guilheny em expor o que viveu é um alerta urgente: não há justificativa para qualquer tipo de violência, e cada denúncia representa um passo em direção à liberdade e à justiça.
O site Agazeta.net entrou em contato com o empresário Nasser Chami, companheiro de Guilheny Abramoski, mas até o momento não recebeu retorno.




