O Tribunal Especial Criminal de Itabira (MG) vai agendar a audiência do suspeito de induzir a morte de Joycilene Souza de Araújo, de 41 anos, em novembro deste ano. Tiago Augusto Sampaio Borges, de 42 anos, foi alvo de um mandado de busca e apreensão no último dia 11 de dezembro, cumprido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por determinação do Tribunal de Justiça do Acre.
Durante a ação policial em Itabira, foram apreendidos um veículo e um aparelho celular do suspeito. Segundo informações da PCMG para o site Agazeta.net, o suspeito foi conduzido à delegacia local por falsa identificação e desobediência. Ele assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e se comprometeu a comparecer ao tribunal para prestar esclarecimentos.
“Durante a ação, o suspeito foi conduzido por falsa identificação e desobediência, sendo ouvido na Delegacia de Plantão do Município. Por se tratarem de crimes de menor potencial ofensivo, um termo circunstanciado de ocorrência foi assinado, ficando o suspeito comprometido a comparecer perante o Tribunal Especial Criminal do município, em data a ser agendada.”, afirma.
Joyce faleceu em 17 de novembro, após ingerir uma grande quantidade de medicamentos controlados. Segundo a família, o episódio foi resultado de um relacionamento abusivo e de ações de manipulação psicológica por parte de Tiago, com quem ela manteve um vínculo amoroso por cerca de 10 meses. A irmã da vítima, JJaqueline Sousa de Araújo, caracteriza o caso como um possível “feminicídio psicológico” e afirma que o objetivo da família é que a Justiça reconheça a gravidade dos atos do suspeito.
Busca por Justiça
A irmã de Joyce afirmou que, desde o início da investigação, a família não se surpreendeu com as ações de Tiago. “A gente acreditava que isso possivelmente ia acontecer, embora soubéssemos que ele tinha mudado de endereço e que ele ia estar mudando, porque esse é o modo operando dele”, diz, se referindo à fuga do suspeito do histórico de manipulação.
Ela também lamentou a falta de contato direto com as autoridades. “A Polícia Civil daqui não entrou em contato conosco. Qualquer contato com a Polícia Civil daqui ou de qualquer outro estado está sendo feito via advogado, e a gente fica sempre aguardando as atualizações”, destaca.
Além das questões jurídicas, a família enfrenta dificuldades financeiras para lidar com as despesas relacionadas ao falecimento de Joyce, incluindo o sepultamento e a manutenção da família em meio ao luto. Jaqueline revelou que a família ainda está buscando recursos para arcar com custos, como as passagens de João Vito, filho de Joyce, que mora em Minas Gerais. “Tivemos ajuda de alguns amigos, advogados, mas tudo é um custo. A Joyce foi vítima do sistema, a Joyce foi vítima desse rapaz, então tem muitas coisas para se resolver aqui”, afirma.
Quanto ao apoio psicológico, Souza mencionou que a Secretaria da Mulher tem oferecido suporte, principalmente à mãe e à filha de Joyce, mas ela própria ainda não buscou esse apoio. “A minha mãe e a minha sobrinha têm recebido apoio psicológico, mas ainda não conseguimos acessar o serviço integralmente, dado o contexto emocional delicado”, explicou.
“O que esperamos é que ele seja preso e que o caso vá a julgamento. Nosso objetivo é que a Justiça reconheça o feminicídio psicológico que levou à morte da minha irmã”, afirma.
A irmã também mencionou a expectativa de ressarcimento dos bens de Joyce, como o veículo apreendido com o suspeito. “A gente tem a expectativa que sejam ressarcidos, o carro é dela, então a gente tem essa expectativa”, finaliza.
Produção: Gisele Almeida