Na primeira sessão solene da terceira sessão legislativa realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na terça-feira (4), o deputado estadual Edvaldo Magalhães fez duras críticas ao governador Gladson Cameli, destacando falhas na gestão e questionando a eficiência do Executivo estadual. Durante seu discurso, Magalhães ressaltou que o governo se aproxima do fim e que ainda há promessas não cumpridas.
O parlamentar enfatizou que esta é a última mensagem oficial enviada por Gladson Cameli à Aleac, uma vez que o governador já anunciou sua intenção de disputar uma vaga no Senado Federal nas eleições de 2026. Segundo ele, a proximidade do fim do governo traz expectativas baixas quanto à execução de projetos pendentes.
“Não se pode esperar muito do último ano de um governo que já tem seis anos de mandato, e parte do que foi prometido lá no início ainda não foi entregue.”
Magalhães citou dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para criticar a gestão econômica do Estado. Segundo ele, enquanto 25 dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal reduziram suas taxas de pobreza, o Acre foi o único a registrar aumento.
“A sociedade é testemunha de que esta casa apoiou o governo em tudo que ele precisava para fazer mais e melhor pelo Acre. Mas, apesar da arrecadação crescente e dos recursos federais enviados, o governo tem falhado na execução orçamentária.”
O deputado também afirmou que a baixa execução de investimentos é um reflexo da ineficiência administrativa, atribuindo essa situação à acomodação política e ao enfraquecimento das equipes técnicas do governo.
No setor da saúde, Magalhães destacou a crise da dengue no Estado, afirmando que o Acre lidera a incidência da doença em relação ao número de habitantes. Na educação, ele criticou a redução das referências salariais dos professores e os problemas envolvendo o concurso público da área.
“O governo patina no concurso da educação, insiste em uma videoaula fora da realidade do nosso Acre, apesar dos apelos para abolir essa aberração do edital.”
Já na habitação, o parlamentar mencionou que o programa “Minha Casa, Minha Vida”, resgatado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem recursos garantidos, mas as unidades prometidas pelo Estado ainda não foram entregues. Ele também citou dados indicando que 69 mil pessoas vivem em áreas consideradas favelas no Acre e mais de 100 mil moram em residências alugadas.
Apesar das críticas, Magalhães afirmou que a oposição segue disposta a contribuir com qualquer iniciativa positiva do governo nos meses que restam de mandato. Entretanto, ele reforçou que o tempo para grandes realizações é curto. “A mensagem do Executivo pode anunciar muitas realizações, mas há pouco tempo para realizá-las há um ano do fim do mandato”, concluiu o deputado.