Thomas Bryan, de 26 anos, lutador acreano já tem um novo desafio pela frente após a luta no AEC MMA League. No dia 1º de março, ele entra no octógono para defender o cinturão do Predador Fight Championship (PFC), na Colômbia, contra o colombiano Andrés Leal Ayala, conhecido como “Doble A”.
No último sábado (8), em Paris, Bryan sofreu um nocaute do adversário Movsar Ibragimov, no primeiro round. Um chute na cabeça derrubou o acreano imediatamente, levando o árbitro a interromper a luta. Apesar do resultado, o brasileiro segue firme na trajetória internacional e já ajusta os detalhes para o próximo combate.
Em entrevista ao Agazeta.net, Bryan falou sobre a experiência na França, a preparação para a luta na Colômbia e a motivação para seguir representando o Acre no cenário mundial do MMA.
Mesmo com a derrota, o lutador garante que o planejamento de treinos segue inalterado. “Nada mudou nosso cronograma. Infelizmente não tivemos uma noite boa, mas faz parte do processo. Estávamos com sete vitórias seguidas, e no alto rendimento vence quem erra menos. Cometi alguns erros e paguei o preço.”

Após o combate, Bryan decidiu permanecer na Europa até a luta na Colômbia, treinando e acompanhando atletas acreanos da Evolution Sports Center que competirão no Grand Slam de Jiu-Jitsu, na Itália, entre os dias 21 e 23 de fevereiro.
Para Bryan, o maior desafio na luta contra o russo não foi físico ou técnico, mas mental. “No nível de competição que estamos, a margem de erro é pequena. Fizemos uma preparação e uma dieta perfeitas, apesar da correria da viagem. Mas quando entrei no octógono, não era eu ali. Estava com a cabeça em outro lugar”, ele desabafou. Thomas ainda adicionou que todo o processo da última luta, já foi discutido e ajustado com os técnicos para o próximo embate.

Agora, o foco do acreano está totalmente voltado para o duelo contra Ayala, na Colômbia, e na defesa do cinturão. “Estou muito tranquilo. Uma derrota não muda nada no nosso objetivo final. Artes marciais ensinam a lidar com isso desde a primeira vez que pisamos no tatame. Analisamos o que aconteceu na última luta para melhorar e chegar ainda mais forte.”
Bryan não vê a derrota como um motivo para mudar de ares, mas sim como um aprendizado dentro do processo de evolução no MMA. Mesmo diante de questionamentos sobre a qualidade do treinamento no Acre, ele afirma confiança na estrutura local e na capacidade dos atletas acreanos de competirem em alto nível.
“Após a luta, ouvi muitas pessoas dizendo que eu deveria sair do Acre porque não tínhamos um bom treino. Mas antes dessa derrota, estávamos em uma sequência de sete vitórias contra adversários duros. Então não acredito que preciso ir embora. Acredito de verdade que nosso estado, nossa escola tem capacidade de formar atletas com nível técnico pra competir em qualquer lugar do mundo. Lógico que aprendemos a cada luta, na vitória ou na derrota seguimos aprendendo e vendo formas de melhorar nosso trabalho no Acre”, observou.

Para Bryan, a jornada vai além do octógono. Ele quer ser um exemplo para os jovens acreanos e mostrar que grandes sonhos podem ser conquistados, independentemente do lugar onde começam. “Me senti muito acolhido por toda população acreana, recebi inúmeras mensagens de incentivo, isso me mostrou que minha causa e ainda maior. Eu quero mostrar pra todo ‘moleque Acreano’ que o esporte pode mudar vidas, e que o fato de morar e treinar no Acre não é um obstáculo para alcançar sonhos!”, concluiu.
A luta contra Andrés Leal Ayala será mais um grande teste para o acreano, que busca consolidar a trajetória no MMA internacional.