O Programa Gazeta Entrevista, na última sexta-feira (28), recebeu Arisson Fernando, presidente do Bloco Unidos do Fuxico, e Sandra Souza, integrante da diretoria de patrimônio da agremiação, para falar sobre a trajetória e os preparativos do bloco para o Carnaval deste ano.
Com 37 anos de história, o Bloco Unidos do Fuxico, que começou como Vila do Fuxico em 1988, tem se consolidado como uma tradição no carnaval acreano. Arisson Fernando explicou que a origem do bloco remonta a um grupo de amigos no bairro Comara que decidiu se unir para fazer uma brincadeira no carnaval. Ele também mencionou que o nome foi alterado para Unidos do Fuxico em 2016 e que desde então a agremiação conquistou três títulos do Carnaval de Rio Branco.
“Bom, a história do bloco já tem 37 anos. Em 1988, um grupo de amigos ali no bairro de Comara decidiu se unir para fazer uma brincadeira no carnaval. A coisa foi ficando um pouco mais séria. De início, o nome do bloco era Vila do Fuxico. Em 2016, optamos por fazer uma reformulação e botar o nome Unidos do Fuxico. De lá para cá, fomos melhorando, aprimorando e conseguimos garantir três títulos do Carnaval de Rio Branco”, explica.
A nova sede do bloco, localizada no Bairro 15, considerado um berço do samba acreano, tem sido o local dos ensaios, com o último realizado recentemente. O Presidente destacou a importância dos ensaios para o desfile e mencionou que estão fazendo os últimos ajustes e preparando tudo para a grande apresentação.
“Estamos fazendo os últimos ajustes e preparando tudo para a grande apresentação”, diz.
Sandra Souza compartilou a conexão familiar com o bloco e ressaltou que a tradição se mantém viva através das gerações. Ela comentou que tanto o próprio filho quanto o filho de Arisson participam da agremiação, e enfatizou que a história do bloco é uma herança familiar.
“Aí, ó, tem filho dele que participa. Meu filho também participa. O dele tá por ali, o meu já tá ali atrás. Quer dizer, o bloco Unidos do Fuxico, o pai entregou para um da família, parente meu entregou para nós, e aí a gente foi carregando. É de família, já é tradição. Então os fundadores também ainda participam ativamente”, destaca.
Fernando também mencionou a colaboração de Genildo Fraga, ex-presidente da Escola de Samba do Bairro 15, que ajuda na produção do carro alegórico. Ele destacou o trabalho intenso envolvido na produção e reconheceu o esforço da equipe.
“Mandar um abraço também para o Genildo Fraga que já foi presidente da Escola de Samba do Bairro 15 e hoje ele ajuda a gente na produção lá do nosso carro alegórico. E nesse exato momento, ele tá lá na luta pra preparar o nosso trabalho. É uma produção grande, pra nossa realidade”, comenta.
Com uma participação esperada de 400 pessoas no desfile deste ano, o bloco está em expansão e busca melhorar o movimento. Fernando mencionou que estão na tentativa de crescer e sair de uma bolha, com o apoio da Fundação Garibaldi Brasil (FGB) e empresários da comunidade.
“Estamos já começando a querer crescer o movimento. Vamos tentar sair de uma bolha, quero um negócio mais reduzido, estamos tentando expandir mais ainda. E agradeço porque a Fundação Garibaldi Brasil está entendendo isso. Está entendendo que o movimento precisa crescer, precisa dessa questão de um apoio maior. E também, fora a prefeitura, tem parceiros da comunidade, empresários que ajudam”, explica.
O tema escolhido para o carnaval deste ano é “Lendas, Mistérios e Histórias da Lua Cheia”, que vai explorar a rica cultura popular do Acre. Ele explicou que a decisão sobre o enredo foi tomada logo após o Carnaval de 2024, para enfatizar a importância das lendas e mistérios associados à lua.
“O tema foi, assim que acabamos o Carnaval de 2024, aí veio a questão do enredo. Foi decidido, de acordo com a diretora, que seriam Lendas, Mistérios e Histórias da Lua Cheia. É uma vez que faz parte da cultura popular, inclusive do Acre, né. A gente tem o negócio da Lua Cheia, tem isso, tem aquilo”, esclarece.
A produção do desfile envolve uma equipe diversificada, com 50 ritmistas que ensaiaram para animar o evento. Ela destacou a importância da cultura, e afirmou que “não é um gasto, mas um investimento”, pois gera um giro econômico significativo na comunidade.
“As pessoas pensam que a cultura é um gasto. Ela não é um gasto, entendeu? Ela é um investimento. Quando nós estamos produzindo qualquer coisa que for de cultura, nós estamos gerando um giro econômico na nossa comunidade, até na cidade”, diz.
O bloco também realiza eventos abertos, onde a comunidade pode participar e lucrar com as vendas. Souza compartilhou a experiência com um evento recente que movimentou o mercado local, com ressalva de como a iniciativa beneficiou os vendedores da região.
“A gente fez um evento grande agora, sábado. Eu fiquei impressionada com aquela parte do mercado do 15, do povo de lá, vendendo churrasco, vendendo caldo, vendendo charuto, vendendo bolo. Pra eles mesmo,porque nós fizemos um evento, mas nós fizemos aberto. Então cada um fez, não teve briga não, um pegou um pedacinho aqui, outro pegou outro pedacinho ali, estavam todos lá. E venderam tudo”, comenta.
Estagiário supervisionado por Gisele Almeida