A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu Basto de Souza Santos, conhecido como “Cascavel”, integrante de uma organização criminosa, no bairro Ilson Ribeiro, região do Calafate. A prisão ocorreu no início da tarde do último sábado (01), quando ele saía de uma residência. Cascavel era foragido da justiça e vinha sendo monitorado por policiais civis.
A história de Cascavel ganhou destaque após a divulgação de um vídeo em que ele pede para retornar à organização criminosa da qual fazia parte. No registro, ele se dirige a líderes da organização, logo após afirma estar arrependido de ter deixado o grupo e pede para ser reintegrado. O pedido surpreende, já que, em 2019, Cascavel havia deixado a organização após ingressar em uma igreja evangélica, onde permaneceu por cinco meses.
No vídeo, ele afirma: “Salve, salve família CVRL, Estado do Acre. Meus irmãos, aqui é o Cascavel, o baixo conhecido como Cascavel. É o seguinte, meus irmãos, eu queria saber dos meus irmãos aí, na humildade, de coração, se tem como os irmãos devolver minha blusa aí, meus irmãos. Vão me desculpando aí, que é o seguinte, eu não estou brincando de estar na igreja, entendeu? Eu passei cinco meses na igreja aí, de coração, seguindo a lei de coração, só que é o seguinte, meus irmãos.”
Cascavel também menciona ter sido um “soldado” da facção na região do Calafate, onde chegou a ser baleado em confrontos. Ele reforça a lealdade ao grupo e justifica o pedido de retorno como uma forma de garantir a própria segurança. No final do vídeo, é possível ouvir a voz de uma criança chamando-o de “pai”, o que adiciona um tom pessoal e emocional à mensagem.
A prisão de Cascavel ocorreu dias após a divulgação do vídeo, que viralizou nas redes sociais. O caso chama a atenção por ser incomum: enquanto é comum ver jovens gravando vídeos para anunciar a saída de organizações criminosas em busca de uma nova vida, o caminho inverso, como o de Cascavel, é raro.
Cascavel é acusado de homicídio, cometido em 2019, quando ainda fazia parte da organização. Agora, ele responde pelos crimes e aguarda julgamento.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Adailson Oliveira para a TV Gazeta